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Quem é Javier Milei, eleito presidente da Argentina

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Javier Milei, durante programa debate presidencial. – Foto: Reprodução Instagram  

Breno Moraes (2º semestre)

      No último domingo (19 de outubro), um cenário político surpreendente se desenhou na política Argentina. O candidato ultraliberal Javier Milei venceu as eleições presidenciais (55,70% dos votos), superando o seu principal oponente, Sergio Massa (44.30% dos votos).

“O povo está bravo demais também em como o atual presidente de esquerda, Alberto Fernández, atuou na pandemia. Com muitos dias de quarentena, meses e meses, a maior do mundo, muita gente perdeu o trabalho e a demora na compra de vacinas”, afirma Francisco Agustin, universitário argentino. Milei aproveita tal clima de descontentamento popular, ressaltando em entrevistas que haverá um “colapso do sistema político”, caso ele não seja eleito presidente.

“Ele é de extrema direita, e muita gente votou e vai votar nele porque estão cansados dos governos de esquerda. Mas eu acho que vai ter muita repercussão porque ele quer fazer mudanças drásticas como privatizar a saúde, universidades, diminuir a atuação do estado, dolarizar a economia e acho que isso vai trazer muitos problemas na sociedade argentina.” complementa Francisco.  

 Quem é Javier Milei? 

Javier Gerardo Milei é filho de um motorista de ônibus e de uma dona de casa. Apesar dos problemas financeiros, Milei foi goleiro do time juvenil do Chacarita Juniors, formou-se em economia pela Universidade de Belgrano e fez dois mestrados na área, na qual lecionou por mais de 20 anos.  

Em 2017, o candidato lançou o programa “Demoliendo Mitos”, que vai ao ar no YouTube e nas rádios. Lá, Milei promoveu suas ambições eleitorais, com um conteúdo inflamado, repleto de discursos anticorrupção, ataques agressivos aos políticos.   

Milei define-se como um “anarcocapitalista” e “libertário”, opondo-se à intervenção estatal na sociedade e apoiando o sistema de livre mercado. Ele afirma que seu plano é uma “serra elétrica” ​​para cortar gastos públicos. Além disso, propõe o fechamento do Banco Central argentino, a dolarização do país, a legalização da venda de órgãos humanos, a criminalização do aborto e o fim da educação obrigatória. 

Segundo professor da ESPM-SP (que pediu anonimato), caso Milei assuma a presidência, haverá um colapso ainda maior na economia argentina, “pois as ideias dele são extremistas e só prejudicariam a nação argentina. Porém, com a economia argentina acabada, melhor é para o Brasil”, complementa.  

A Argentina atual 

A pobreza na Argentina atingiu 40,1% da população, no primeiro semestre de 2023, de acordo com dados oficiais divulgados em setembro, a poucas semanas das eleições presidenciais, marcadas pela situação crítica da economia.  Além disso, o INDEC, instituto estatal de estatísticas, relatou que 9,3% da população vive em situação de pobreza, quando as pessoas não possuem recursos suficientes para cobrir os custos alimentares básicos. 

O fator primordial que impacta na avaliação da pobreza é a inflação elevada, que encerrou em 50,7% no primeiro semestre e continuou aumentando para 80,2% até agosto, quando atingiu o maior valor mensal em 30 anos (12,4%). A avaliação de 12 meses demonstra um aumento de mais de 120% do Índice de Preços ao Consumidor (IPC).

 

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