Formado durante o período Colonial, o Quilombo dos Palmares é hoje símbolo de uma das histórias mais importantes de resistência à escravidão no mundo.
Localizado na Serra da Barriga, na época pertencente à Capitania de Pernambuco, o local virou patrimônio histórico e hoje pertence à União dos Palmares.
Em 1500, os portugueses trouxeram negros da África para o trabalho escravo nas plantações de cana-de-açúcar. Os proprietários brancos faziam com que eles trabalhassem sem descanso, à custa de castigos e torturas muitas vezes fatais. Alguns escravos, porém, conseguiam escapar e se escondiam no interior, onde comunidades eram formadas e assim surgiu o nome Quilombos. Destes, o mais memorável foi o Quilombo dos Palmares, fundado no final do século XVI, nas montanhas do nordeste do Brasil.
Por se localizar numa região de difícil acesso e que impedia a recaptura dos escravos que ali se abrigavam, Palmares cresceu a ponto de se tornar uma espécie de “confederação”, abrigando diversos quilombos existentes na região. Além de receber os escravos que lutavam pela liberdade, também abrigava indígenas da localidade.
Como cresceu muito, governos que controlavam a região começaram a enviar à Serra da Barriga expedições que tinham o objetivo de destruir definitivamente Palmares. Durante aproximadamente oitenta anos, o Quilombo resistiu a todos os ataques, derrotando cerca de trinta expedições militares, tornando-se símbolo da resistência e do movimento pela liberdade.
Diante de toda aquela resistência por parte dos quilombolas, o então governador de Pernambuco propôs ao líder Ganga-Zumba um tratado, no qual o governo pernambucano reconhecia a liberdade de todos os negros nascidos em Palmares e concedia a utilização dos terrenos situados ao norte do estado de Alagoas. Ganga-Zumba aceitou o acordo – chamado de “Acordo de 1678” ou “Acordo de Recife”. E esta foi a sua ruína enquanto líder de Palmares. Outros membros importantes do Quilombo não aceitaram tal acordo e Ganga-Zumba acabou envenenado por líderes da oposição quilombola.
Então, a liderança do Quilombo dos Palmares passou para as mãos de Zumbi, que tinha uma postura diferente de seu tio Ganga-Zumba e não aceitava negociações com as autoridades locais. No ano de 1694, quando forças oficiais conseguiram iniciar a desarticulação do Quilombo Zumbi e alguns companheiros quilombolas fugiram, organizaram-se e continuaram a luta pela liberdade de seu povo. Em 1695, Zumbi foi capturado e degolado por bandeirantes, e sua cabeça foi enviada para Recife, onde ficou exposta como um símbolo da vitória contra os quilombolas de Palmares. Por ser líder da resistência, Zumbi dos Palmares é até hoje símbolo da luta pela liberdade, e tem sido cantado em verso e prosa ao longo dos anos.
A data de seu assassinato – 20 de novembro de 1695 – é o dia em que hoje se comemora o Dia Nacional da Consciência Negra. Em 21 de março de 1997, Zumbi dos Palmares foi reconhecido pelo Governo Federal como Herói Nacional.