Mudanças e expectativas para a temporada 2020/21 do NBB
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Rafael Saldanha (2º semestre)
O Novo Basquete Brasil (NBB) é uma competição brasileira de basquete profissional organizada pela LNB (Liga Nacional de Basquete), que ocorre todo ano com a participação de mais de 12 clubes de todo o país. Apesar da pandemia da Covid-19, a temporada de 2020-2021 se realizará, iniciando dia 14 de novembro com 16 times, seguindo todos os protocolos das autoridades de saúde, segundo a liga. Na busca de um campeonato seguro aos participantes, tanto para os jogadores como para a comissão técnica, o período de recesso entre as temporadas foi o momento de reuniões importantes para a organização desse novo ano.
Após a suspensão da temporada de 2019-2020 no dia 15 de março em meio a fase de mata-mata, e a decisão de encerrá-la sem um vencedor no dia 4 de maio, a organizadora LNB iniciou as preparações para a 13ª edição do NBB. Dia 25 de junho, em reunião administrativa, foi decidida a atual data de início, enquanto os clubes ainda confirmavam suas presenças.
A grande maioria dos participantes anteriores foram confirmados, com exceção das equipes de São José, Rio Claro e Botafogo (RJ), que não competirão. Os times paulistas optaram por ficar fora desta edição. Já o carioca Botafogo não cumpriu as exigências necessárias que constam no regulamento do torneio. O Cerrado Basquete (DF) é o estreante desta edição.
David Pelosini, novo técnico do Esporte Clube Pinheiros, falou sobre suas expectativas para sua estreia como técnico do adulto da NBB, comandando um elenco jovem, com média de 21 anos de idade. “Estou muito confiante que nosso projeto colherá bons frutos. Nosso time foi montado visando desenvolver nossos jovens talentos. Me sinto à vontade, pois estou em casa, todos aqui dentro apoiam o que pretendemos fazer e sabem que a temporada será rica de aprendizado para todos, inclusive para mim. Todos os técnicos de adulto por uma temporada tiveram sua estreia e uma primeira jornada. Pretendo trabalhar muito e aprender com essa que me foi confiada. Um sonho de muitos será realizado, ver os jovens na quadra e sentir o que podemos fazer juntos, jogo a jogo. Venho diariamente aqui no clube, me entrego ao máximo aos treinamentos e jogos no intuito de representar bem o clube que amo. Vivo o momento presente e desfruto das oportunidades”, comentou.
Sobre as medidas de segurança contra a Covid-19, Pelosini disse que a Liga está ouvindo especialistas e que farão o que for de mais seguro e eficaz para que a competição corra bem, tanto no aspecto de saúde quanto técnico. No início da pandemia, dia 16 de abril, foi criada a Equipe Multidisciplinar da LNB, formada por médicos, jogadores e membros de equipe junto à LNB, visando avaliar periodicamente a evolução da pandemia no Brasil, para decidir sobre as consequências no NBB e os protocolos de saúde.
No último dia 15, em reunião do Conselho de Administração da Liga Nacional de Basquete, os clubes votaram e decidiram pela manutenção do sistema de disputa do torneio, com algumas mudanças. O primeiro turno será realizado em etapas sediadas. Portanto, esse modelo colocará um grupo de times se enfrentando entre si numa mesma cidade, o que permitirá um maior controle dos protocolos de saúde, facilitando a logística de organização dos participantes. Já o formato de sedes no segundo turno segue indefinido e dependerá do futuro cenário da pandemia. Caso o sistema volte ao convencional, com jogos nos ginásios de cada clube, será realizado um sorteio para definir quem será o mandante em cada confronto.
Jefferson William, jogador do São Paulo e bicampeão do NBB, comentou sobre os impactos da Covid-19 na rotina dos jogadores no começo da pandemia, até a situação atual para a nova temporada. “Eu acho que o coronavírus na preparação dos atletas foi um baque, e acabou prejudicando muita gente, por não termos onde treinar com tudo fechado e foi muito complicado ficar dois a três meses sem fazer atividades de alta intensidade. Lógico que a gente sentiu muito a falta de quadra, porém tínhamos academia e treinamos bem a parte física. Mas como os clubes entraram em uma negociação com a federação, de termos no mínimo um mês para se preparar, ao chegar no clube isso nos ajudou bastante”, contou. O jogador também desabafou sobre a questão emocional que atingiu os jogadores nesse período. “A parte psicológica está sendo difícil, qualquer fraqueza que você sente pós-treino, as mudanças de temperatura e uma dor de garganta, você já acha que pegou Covid-19. Você vai treinar e sai de casa, voltando têm as crianças e a mulher, então há o medo de passar a doença para a família, isso vem nos incomodando. Não é o ideal ter que ir de máscara para todos os lugares, não poder se aproximar das pessoas… esse lado psicológico atrapalha um pouco. Também temos a preocupação de como vai ser o campeonato, se todos os times vão ter as precauções que o São Paulo vem tomando, com a mesma seriedade. Mas a preocupação maior é a questão da família”, relatou.
Em 2014 a LNB e o Facebook acordaram uma parceria para tornar o NBB o primeiro evento esportivo ao vivo na plataforma. Com isso, até 2019, houve um crescimento de quase 300% no número de seguidores na página da internet, segundo o site da Liga. A ascensão do basquete no Brasil conquista muitos espectadores anualmente, como João Chade, que falou sobre expectativas para a próxima edição do Novo Basquete Brasil. “A pandemia parou o mundo inteiro, e consequentemente, os atletas. Pelo profissionalismo deles, sabemos que todos deram um jeito de treinar em suas casas, seja com bola ou sem. Aos poucos, as quadras e academias foram reabrindo e os jogadores voltando às suas rotinas normais. Portanto, se depender dos jogadores, tenho certeza que será uma ótima competição como sempre, com alguns times adquirindo reforços e outros preferindo manter as mesmas escalações do ano passado. A emoção não será a mesma por enquanto, pela falta dos torcedores. Porém, para que volta do basquete ocorra, algumas escolhas tem que ser feitas. Acho que será um sucesso”, afirma o fã de basquete.