Desinformação e IA são destaques do 7º Seminário Internacional de Jornalismo

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Foto acima: Felipe Vaso (1º semestre); carrossel (ao fim da matéria): Felipe Vaso (1º semestre), Henrique Campos Guerra e Luiz Otávio Lopes (2º semestre)

Breno Moraes, Cauê Pineda, Gabriela Zambrano, Isabeli Souza, Lys Razel e Raphael D’Esposito (1º e 2º semestres)

Os temas desinformação e Inteligência Artificial foram destaque dos debates do 7° Seminário Internacional de Jornalismo, parceria entre a ESPM-SP e a Columbia Journalism School, nesta última quarta-feira (04).

A palestra deu início com uma breve fala do diretor-presidente da ESPM, Dalton Pastore. A seguir, foi a vez de José Roberto Whitaker Penteado, ex-presidente da instituição e atual editor da edição brasileira da revista Columbia Journalism Review. A abertura também contou com fala de Elena Cabral, da Columbia Journalism School.

Durante a primeira mesa do evento, os convidados Kyle Pope, editor do Columbia Review -que estava em Nova Iorque e participou da palestra via Zoom-, Patrícia Campos Mello, da Folha S.Paulo e Elena Cabral, da Columbia University, discutiram sobre os temas de desinformação na política e os principais obstáculos que enfrentarão os futuros jornalistas.

A conversa foi mediada por Ricardo Gandour, professor de jornalismo da ESPM-SP, que questionou os palestrantes sobre a vida de repórter, a formação em jornalismo e os obstáculos da desinformação. Patrícia Campos Mello, ganhadora do prêmio Maria Moors Cabot de 2020, expressou sua preocupação com os impasses das próximas eleições, dada a crescente onda de conteúdo fake distribuído pelas redes sociais.

Kyle Pope, por outro lado, contou do seu novo projeto, o Covering Climate Now, que foca em treinar jornalistas para cobrir notícias sobre mudanças climáticas. Ele reiterou a importância desse tema e afirmou que a grande mídia deveria tratar desse fenômeno da mesma forma com que cobriu a Covid-19: “as grandes empresas de jornais têm medo de falar sobre mudanças climáticas, como se estivessem falando de algo político”, diz Kyle, discordando de tal prática da imprensa estadunidense.

Patrícia Campos Melo e Elena Cabral participam da primeira mesa. Foto: Breno Moraes

Por sua vez, Elena Cabral, professora e assistente do reitor nos programas acadêmicos e comunicações na Columbia Journalism School, contou que cursou jornalismo “porque acreditava que deveria fazer algo para o mundo e fazer uma diferença”. Ao Portal de Jornalismo da ESPM-SP, Elena declarou que os assuntos destacados na palestra devem ser tratados com calma e esperança: “todos jornalistas presentes aqui temos como responsabilidade a tarefa de trazer esses temas para dentro de nossa própria comunidade”, afirmou.

A segunda mesa, composta pelo jornalista Antonio Rocha Filho e pela executiva de transformações digitais Aline Sordili, foi mediada pelo professor Edson Capoano. O principal tema abordado durante a palestra foi sobre o uso de recursos de Inteligência Artificial dentro do jornalismo e das instituições de ensino: “mais do que usar as ferramentas de Inteligência Artificial para a produção, é preciso ter um bom jornalista do outro lado da tela para fazer o filtro e o uso correto desse tipo de ferramenta, o uso ético e correto para a informação final para nossos leitores”, disse Aline.

Já para o professor da ESPM-SP, Antonio Rocha Filho, o chatGPT trouxe nova possibilidade e visibilidade que incorporou na vida das pessoas, o uso de Inteligência Artificial de uma maneira que a gente não tinha antes: “acho que essa é a questão principal é que traz muitas possibilidades de uso. Com a IA, a gente pode fazer contratos, posts de redes sociais… Porém, ela tem limitações muito importantes, e são essas que podem produzir informações inverídicas”, destaca.

O evento foi encerrado com as falas da professora Cláudia Bredarioli, então apresentadora do Seminário, e da coordenadora do curso de Jornalismo, Maria Elisabete Antonioli. Neste momento, arrancou aplausos da plateia, ao homenagear José Roberto Whitaker Penteado, ainda presente no auditório, ao lembrar que o ex-presidente foi o fundador do curso de Jornalismo da ESPM-SP.

Antonio Rocha Filho e Aline Sordili compõem a segunda mesa. Foto: Breno Moraes

Embora a IA ofereça inúmeras oportunidades para melhorar a eficiência e a personalização de conteúdos, é crucial que seu uso seja guiado por princípios éticos.

A colaboração entre humanos e máquinas é o caminho a seguir, aproveitando o poder da IA para enriquecer o jornalismo e a educação, ao mesmo tempo em que preservamos a integridade e a responsabilidade necessárias para essas áreas essenciais de nossa sociedade em constante evolução.

O 7º Seminário Internacional de Jornalismo trouxe à luz o impacto da Inteligência Artificial no jornalismo e nas instituições de ensino, bem como a desinformação no debate político e os principais desafios que aguardam os próximos profissionais do Jornalismo. Saiba mais sobre no evento através deste link.