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Perfil de apostadores rejuvenesce e preocupa especialistas

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Apostadora anônima em site de aposta. Foto: Maria Clara Thamer.

Texto e fotos: Maria Clara Thamer e Júlia Pussateli (1º semestre)

Uma pesquisa realizada pela Secretaria Nacional de Apostas Esportivas e de Desenvolvimento Econômico do Esporte (SNAEDE) registrou graves irregularidades em plataformas digitais. Foi apurado que os influenciadores dessas redes promovem a ideia de ganhos rápidos e facilitados, sem alertar os indivíduos dos riscos envolvidos.

No Brasil, de acordo com o Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas (OBID), cresce a preocupação relacionada à vulnerabilidade dos jovens de 14 a 17 anos que estão acessando sites ilegais de apostas. Eles representam 55% dos apostadores que possuem vício em apostas. Esse grupo é o mais vulnerável, sendo um dos mais expostos às redes sociais. O aumento da propaganda de bets e a crescente onda de divulgação dos jogos em redes sociais levou a um rejuvenescimento no perfil dos apostadores.

O desejo incontrolável de apostar é conhecido como ludopatia (transtorno do jogo) e é reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como doença desde 2018. A psicanalista clínica Bruna Rafaela Rondina comenta que o principal fator psicológico para o desenvolvimento do vício em apostas online é a necessidade de obter prazer de forma rápida: “Temos um componente dentro do nosso cérebro conhecido como núcleo accumbens. Ele é responsável pelo sistema de recompensa, motivação e prazer em resposta às atividades que executamos. Os jogos de aposta dão a sensação de prazer imediato, mais precisamente em segundos, levando a uma maior motivação para apostar”, explica.

Bruna relatou o caso de um paciente de 22 anos que tirou a própria vida devido ao endividamento e perda de bens: “Quando (o caso) chegou até mim através da família, que exigiu que ele fizesse terapia, ele já havia bolado um plano para sair daquela situação apostando um valor muito maior do que geralmente apostava. Acabou perdendo o carro do pai, levando assim ao pior cenário que ele conseguiu se colocar”, lamenta a profissional, sobre o aumento dos suicídios e a preocupação entre os profissionais da área.

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