O Brasil é um país mundialmente conhecido por seus rios e pela água em abundância. Além do famoso Rio Amazonas, o território brasileiro é repleto de outros diversos cursos de água, que muitas vezes estão escondidos e acabam sendo esquecidos pela população. Em São Paulo o cenário não é diferente. É estimado que a capital paulistana tenha por volta de 3 mil quilômetros de rios sob o asfalto, algo que resulta em aproximadamente 300 rios “escondidos”, que estão fora do imaginário dos cidadãos.
Durante muito tempo os rios fizeram parte do dia a dia do paulistano. As águas da cidade de São Paulo eram utilizadas em larga escala. Esses cursos serviam para transporte de mercadorias, pesca, criação de animais, abastecimento de casas e diversas outras coisas.
Com a chegada da indústria automobilística no Brasil, a utilização desses fluxos d’água foi diminuindo e o transporte hidroviário foi perdendo a sua relevância, na cidade. Uma das primeiras grandes obras, envolvendo os rios paulistanos, foi em 1910, quando as mudanças no Rio Tamanduateí foram iniciadas, por volta dos anos 30 as curvaturas do Rio Pinheiros começaram a ser eliminadas, assim como a de outros rios. Na década de 50, a indústria de automóveis já estava bem estabelecida no país, portanto, a demanda por rodovias estava em um crescimento exponencial e o lugar encontrado para o tráfego desse crescente número de carros, foi em cima dos rios.
A partir de então os rios foram cada vez mais desprezados, até que hoje muito do asfalto encontrado em São Paulo está por cima de algum curso d’água, que já teve sua importância para a população. O Vale do Anhangabaú, por exemplo, está sob o Rio Anhangabaú. A avenida Bandeirantes, uma das mais movimentadas de São Paulo, passa por cima de um dos afluentes do Rio Pinheiros, chamado Córrego da Traição. Essas obras de aterramento de rios acabaram trazendo muitos problemas pra cidade, grande parte das enchentes presentes na cidade ocorrem pelo excesso de água nesses rios subterrâneos, quando chuvas intensas acontecem na cidade.
