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Palestra apresenta exposição da Japan House sobre design japonês

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Produtores da NHK – emissora pública de rádio e televisão do Japão –, Naoki Hirata e Kyoko Kuramori estiveram na ESPM e explicaram como os itens foram selecionados – Foto: Letícia Mares Guia

Letícia Mares Guia (1º semestre)

Uma exposição itinerante, em cartaz na Japan House São Paulo, intitulada “Design Museum Japan: Investigando o Design Japonês”, foi tema de uma palestra realizada no dia 30 de março, no auditório Renato Castelo Branco, que fica na unidade Álvaro Alvim da ESPM, em São Paulo. O evento, organizado pelo curso de Design da instituição, contou com a presença de Kyoko Kuramori, produtora-chefe do grupo de arte e cultura do Centro de Desenvolvimento e Produção de Conteúdo da NHK Educational, e Naoki Hirata, produtor-chefe de eventos da NHK Promotional.

A organização da mostra é da própria Japan House, em parceria com a NHK – emissora pública de rádio e televisão do Japão – e o Design Museum, do Reino Unido. Os convidados contaram como a exposição foi pensada e destacaram a necessidade de haver um museu do design japonês, dentro e fora do Japão.

Depois do Brasil, a mostra seguirá para os Estados Unidos (Los Angeles) e para a Inglaterra (Londres). Ela reúne imagens e objetos selecionados por oito criadores japoneses, de atuações profissionais diversas, que visitaram sete províncias japonesas, com a missão de investigar o design local. A ideia era buscar elementos estéticos presentes no cotidiano.

“Para mim, design é algo que você pode usar, e que deixa a vida melhor”, afirmou Kuramori.

Descobertas – O primeiro criador citado foi Tsuyoshi Tane, arquiteto, que realizou sua pesquisa no Museu Goshono Jōmon, em Hitonoe, na província de Iwate. Ele pesquisou elementos de design do período Jōmon e recolheu vasos de cerca de 10 mil anos para serem exibidos.

Kunihiko Morinaga, fashion designer, visitou Amani, na província de Kagoshima, para conhecer as vestimentas conhecidas como haburagin, das sacerdotisas noro. As roupas desse tipo eram costuradas com retalhos de quimonos de pessoas que moravam nas vilas e eram tradicionalmente utilizadas por meninas.

Koichiro Tsujikawa, filmmaker, foi atrás da história dos piões. Sua pesquisa ocorreu em Himeji, província de Hyogo, e investiga o pião como o primeiro contato do ser humano com o design.

Tetsuya Mizuguchi, arquiteto de experiências, visitou Hamamatsu, na província de Shizuoka, e investigou os pianos da marca Yamaha. Kuramori detalhou o problema enfrentado em muitas residências do Japão quanto ao incômodo que instrumentos musicais provocam em moradores. Por isso, Mizuguchi escolheu expor o modelo TransAcoustic, uma peça de design que possibilita que o som possa ser reduzido ou transmitido por um fone de ouvido.

Reiko Sudo, designer têxtil, em visita a Oyabe, na província de Toyama, se interessou pela roupa esportiva criada para a Copa de Rugby do Japão, em 2019. O design das peças foi inspirado nas lanternas do Festival Andon Matsuri de Toyama. O tecido tridimensional faz referências às estruturas de bambu utilizadas para produzir as lanternas do festival.

Akira Minagawa, também designer têxtil, visitou Yamanobe, na província de Yamagata. A produção manual de tapetes, chamados de dantsu, é uma estratégia desenvolvida para manter o sustento familiar nos períodos de inverno rigoroso. Dependendo da complexidade do projeto, demora-se cerca de um dia para produzir um centímetro do tapete.

Kenya Hara, designer gráfico, foi a Kurashiki, na província de Okayama, para investigar as hélices para navios produzidas na região. As peças podem chegar a oito metros de diâmetro e recebem um acabamento artesanal em sua curvatura.

Kumiko Inui, arquiteta, visitou Fujinoniya e Izu, também na província de Shizuoka, para observar soluções encontradas por pessoas anônimas para necessidades do dia a dia. A arquiteta registrou costumes e lugares comuns pelos quais as pessoas têm afeto e elementos da paisagem cotidiana, como bancos de ruas ou casas rurais.

Desdobramentos – Kuramori e Hirata afirmaram que o objetivo do projeto não se esgota na exposição. A longo prazo, é possível que sejam destinados esforços para a construção de um museu fixo do design japonês. Porém, no momento, os investimentos estão voltados a pesquisas que possibilitem aumentar o acervo exposto na Japan House.

Giulia Pires da Fonseca, aluna do curso de Design da ESPM, considerou a abordagem uma oportunidade para conhecer a cultura japonesa. “Achei muito legal. Sou uma pessoa que sempre teve muita apreciação pela cultura japonesa, viajei para o Japão este ano, em fevereiro. É uma cultura extremamente diferente, então qualquer oportunidade que a gente tem de entrar em contato é muito legal”, disse.

A exposição fica em cartaz até o próximo dia 11 de junho, na Japan House, que fica na Avenida Paulista, 52. O horário de funcionamento é de terça a sexta, das 10h às 18h; aos sábados, das 9h às 19h; e aos domingos e feriados, das 9h às 18h. A entrada é gratuita.

#ParaTodosVerem: Fotografia colorida mostra Kyoko Kuramori e Naoki Hirata sentados. Kuramori com um microfone na mão. Atrás dos palestrantes está projetada a frase “Design Museum Japan”. Ao lado deles, há um banner escrito “Japan House São Paulo”.

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