O fotógrafo German Lorca nasceu em 1922 no estado de São Paulo. Ele se formou em ciências contábeis pelo Liceu acadêmico em 1940 e em 1949 participou do Foto Cine Clube Bandeirantes, uma associação de fotógrafos que introduzem novas tendências na fotografia. Nessa época ele produz imagens que se tornam muito conhecidas, como Malandragem (1949), À Procura de Emprego (1951), e Apartamentos (1952), onde se destaca a geometria rigorosa expressa na arquitetura e o intenso jogo de luz e sombra.
Em 1954 ele foi o fotografo oficial das comemorações do IV Centenário da cidade de São Paulo, já que ele costumava registrar a paisagem da cidade, em especial os locais da região central, como a praça da Sé, o parque dom Pedro ou o largo da Concórdia. A partir dai, começa a se dedicar com exclusividade à fotografia, atuando principalmente na área de publicidade, onde conquista prêmios como o Prêmio Colunistas, concedido pela revista Meio & Mensagem, em 1985 e 1989.
A sensibilidade do fotógrafo volta-se principalmente às cenas da vida cotidiana, registrando com muita liberdade imagens que se revelam poéticas ou que até mesmo chegam a causar certo estranhamento. Sua produção inicial tem uma participação decisiva na renovação da fotografia moderna no país.
As obras de Lorca revelam acima de tudo, um olhar arguto sobre a paisagem da cidade de São Paulo entre o fim da década de 1940 e início da seguinte. Algumas fotografias abordam questões sociais ou personagens de grande força expressiva, como por exemplo em Revolta de Passageiros e Armazém em Jaú, respectivamente.
Em 2018, toda sua trajetória era celebrada com uma retrospectiva no Itaú Cultural sobre os 70 anos de seu trabalho fotográfico. Eram mais de 150 imagens, além de séries e ensaios fotográficos, projeções, objetos e premiações.
Suas fotografias integram acervos nacionais e internacionais, como MoMA em Nova York, o MASP e a Pinacoteca. Lorca completou 96 anos em 2018 e ate hoje é considerado um dos fotógrafos contemporâneos mais importantes do Brasil.