Marco histórico, Cinemateca enriquece vida cultural do bairro

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Ao fundo de um largo na Vila Mariana encontra-se uma construção em tijolos aparentes, mas ao mesmo tempo moderna. É impossível passar em frente ao local e não ficar encantado com sua arquitetura convidativa, bonita e diferente de qualquer outra do bairro. No local, funciona a Cinemateca Brasileira, prédio tombado e extremamente cultural que a Vila abriga.

Informação, filmes, arte e memória. A Cinemateca é a instituição responsável pela preservação da produção audiovisual nacional. São cerca de 200 mil rolos de filmes, entre longas, curtas e cinejornais. O prédio possui também um amplo acervo de documentos formado por livros, revistas, roteiros originais, fotografias e cartazes.

“Trata-se de um local público que, inclusive, abriga uma praça. São prédios tombados e com uma arquitetura particular e preservada”, afirma Teder Morás, supervisor do acervo da entidade. Segundo ele, o prédio é motivo de orgulho dos moradores da região e da cidade.

Local abriga acervo cultural. Foto: Marina Bianchi

Tombamento

Antes de ser um centro cultural, porém, o lugar abrigava o Matadouro Municipal de São Paulo, de 1887 a 1927. Segundo relatório de Eneida de Almeida, publicado no Portal do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), em 1985 foi autorizado o pedido de tombamento do antigo Matadouro.

Na Resolução SC 7/85 do Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico), é realçado que essa foi a construção pioneira na região, servindo como agente catalisador no desenvolvimento do bairro de Vila Mariana. “Trata-se de valioso exemplar remanescente da arquitetura industrial do final do século passado projetado especificamente para a finalidade de Matadouro Municipal, cabendo salientar o apuro no uso dos materiais bem como a qualidade da mão-de-obra e técnica construtiva empregada”, constata.

Morás afirma que o fato de a Cinemateca estar instalada em uma área histórica e preservada propicia o ambiente fantástico para o cumprimento da missão cultural do prédio. “A perfeita harmonização entre o antigo e o moderno resultaram nesse espaço original e que hoje trabalha pela vida e pela memória do cinema brasileiro”, analisa.

Além do jardim com esculturas no seu interior, a Cinemateca é responsável por receber eventos de grande importância cultural. É o caso da Semana ABC, em 2014, e a Jornada Brasileira de Cinema Silencioso, em 2011.  Entretanto, por si só, o prédio que abriga esse acervo já é um bom passeio turístico na cidade de São Paulo.

 Marina Bianchi (1° semestre)