Ana Vitória Graziano – (2º Semestre)
Gabriela Gaeta – (2º Semestre)
Patrícia Martins – (2º Semestre)
Michelangelo Merisi, conhecido como Caravaggio foi um dos mais famosos pintores italianos. Seu trabalho exerceu uma importante influência no estilo barroco, do qual foi um dos primeiros grandes representantes.
A primeira grande obra do artista foi “Os jogadores de cartas” e, a partir dela, obteve maior reconhecimento, até ser contratado pelo Cardeal Del Monte para decorar a Capela Contarelli. No início do século XVI, quando já era um pintor muito requisitado, passou a pintar diversas igrejas, capelas e catedrais por várias cidades da itália, como Roma e Nápoles.
Caravaggio tinha um temperamento muito forte e tinha o hábito de se envolver em brigas, o que resultou em sua expulsão da Itália depois de matar um homem em uma dessas confusões. Ele apenas conseguiu retornar anos mais tarde, após conseguir o perdão do Papa Paulo V.
Caravaggio pintou fundamentalmente temas religiosos, mas ao invés de adotar belas figuras delicadas em suas pinturas para representar os personagens da bíblia, o pintor optou por escolher modelos humanos como prostitutas e moradores de rua que posavam como personagens para suas obras.
Caravaggio construiu uma ideologia que se opunha fortemente às consequências da Contra-Reforma, que ele considerava muito dogmática ou longe das necessidades das pessoas comuns que viviam na pobreza. Não é surpreendente, portanto, que os heróis de suas telas – mesmo que sejam temas sagrados – sejam muito semelhantes às pessoas comuns daquela época.
Os pés descalços e sujos nas pinturas das parcelas de Caravaggio são os pés daqueles que acreditaram que Jesus, o filho de Deus, criou o homem e viveu na pobreza. Estes são os pés de seus discípulos e amigos, os pés da mãe de Cristo, que tinham essência divina e humana ao mesmo tempo. Quando Caravaggio pintou santos e mártires descalços, ele apoiou e se uniu à ala pobre da Igreja Católica. Ele não apenas acolheu explicitamente os pobres em suas pinturas, fazendo-os sentir-se parte da mesma família empobrecida de Cristo e seus seguidores, mas também incentivou indiretamente os ricos a seguir o exemplo de São Francisco.
A presença dessas figuras sujas e rudemente encenadas contrariava a alta elegância da Renascença. A igreja naquela época considerava essas mesmas pernas um símbolo dos pobres e humildes. Portanto, não é de se estranhar que os padres odiassem sua aparência junto com roupas remendadas em pinturas destinadas à decoração de igrejas. A igreja não acolhia os pobres, e não permitia que eles sentissem que, em última análise, faziam parte da sociedade.
Uma ousada obra de Caravaggio é Madonna de Loreto (1604). Retrata peregrinos simples e pobres que se agarraram à porta da Virgem Maria. De acordo com o cânone, Madonna di Loreto é retratada de pé com o Menino em seus braços no telhado de uma casa, erguida no ar por anjos. Caravaggio, é claro, quebrou todas as regras. A pintura causou uma onda de descontentamento por causa da aparência incomum de Nossa Senhora, mostrada não no esplendor celestial, mas em pé na parede dilapidada de uma casa miserável (assim o artista representou a casa de Nossa Senhora em Loreto).
Caravaggio gostava de usar efeitos de sombras e luzes em suas obras e pintar o fundo delas de escuro, principalmente da cor preta, este recurso dava um aspecto obscuro em suas pinturas.
Entre suas obras mais conhecidas podemos citar A ceia em Emaús; David com a cabeça de Golias; Deposição de Cristo; O Jovem Baco; Sepultamento; A virgem de Loreto; e A morte da Virgem.
Embora o artista fosse muito jovem, suas obras tinham uma qualidade extraordinária e encantadora. Caravaggio morreu de Malária aos 39 anos, em Porto Ercole, na Itália e até hoje são conhecidos como Caravaggisti aqueles pintores que no início do século passaram a imitar o estilo de suas obras.