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A porteira escancarada – olhando pela janela vejo a natureza em chamas!

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Texto: Richel Piva

Fotos: Nicholas Thornton – (1º semestre)

Richel Piva – (3º semestre)

Só em 2020, foram 222.797 focos ativos no Brasil, segundo o portal Info Queimadas do INPE – (https://queimadas.dgi.inpe.br/queimadas/portal).

Nos últimos dias nos deparamos com duas enormes queimadas na cidade de Pirassununga, interior do Estado de São Paulo e uma em Franco da Rocha, região metropolitana da Capital). A duas primeiras dentro do campus da USP Fernando Costa e em uma plantação de cana próximo a cidade e a segunda no Parque Estadual do Juquery.

O fogo no campus da USP Fernando Costa consumiu a biodiversidade, o cerrado predominante na região que ficou completamente destruído, além de atingir laboratórios, instalações e lares de animais. Já a queimada ‘controlada’ em uma plantação de cana próxima a cidade de Pirassununga, costuma ser comum em outras regiões do País. Mas, o que há em comum nessas duas situações, é que a destruição e a falta de consciência com a preservação da natureza ainda está longe de ser resolvida no Brasil, escancarando a porteira da desinformação e responsabilidade.

O incêndio que atingiu o Parque Estadual Juquery, no município de Franco da Rocha (SP), e devastou uma área relativa a mais de 1 mil hectares, o que corresponde aproximadamente cerda de 85% do parque, aconteceu após a queda de um balão no último domingo 22 de agosto.

As queimadas trazem inúmeros danos à saúde humana e do planeta, nos encontramos em um período de fortes secas, em todo o Brasil e a situação passa a ser dramática, com falta de abastecimento de água em várias regiões e a ameaça de apagão no sistema elétrico.

O que aconteceu no campus da USP, não foi uma queimada necessariamente criminosa, mas sim causada devido ao descuido e despreocupação da população, do governo federal, estadual e municipal em relação ao meio-ambiente.

Já a queimada que ocorrida fora da cidade em uma plantação de cana-de-açúcar, se trata de uma prática agrícola milenar e de baixo custo, utilizada para limpar o terreno e facilitar o corte da cana. O incêndio no Parque Estadual do Juquery, foi decorrente de uma prática criminosa e 7 baloeiros que já estão sendo investigados pela polícia civil e pelo MP pelo ocorrido. A queimada deixou um rastro de destruição pelo parque e matou diversos animais da região.

Em relação as queimadas acidentais ou criminosas o que podemos fazer é nos prevenir, e nos preocupar mais com o nosso meio-ambiente. Agora em relação as queimadas propositais, feitas para que seja mais rápido e menos custoso o processo de produção agrícola, essa merece atenção redobrada. Afinal, ela não aconteceu por um descuido, e sim de propósito.

Estamos em 2021, século XXI. Possuímos avanço tecnológico suficiente e inúmeras alternativas as queimadas por exemplo. Segundo o EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), é possível sim preservar o solo e manter a economia do produtor. O documento a seguir foi produzido e publicado pelo próprio EMBRAPA e possui uma série de alternativas, mais sustentáveis e ecológicas as queimadas.

(https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/194856/1/2445.pdf)

As consequências de uma queimada são inúmeras: causam o desequilíbrio dos ecossistemas, desertificação ambiental, mudança na temperatura e umidade do solo, diminuição da biodiversidade, emissão de gases poluentes, pior qualidade do ar, mais poluição, intensifica o efeito estufa.

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