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A baixa presença dos jogadores brasileiros nas contribuições para pandemia

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Giovanna Ruzene, Gustavo Zachary, José Pedro Sordi, Lucas Tadeu e Nicolas Garrido (oficina de Jornalismo Esportivo)

Foto: Marco Bertorello
Jogador português Cristiano Ronaldo foi o esportista que mais doou recursos para tratamento e cura do Covid-19.

 

O novo coronavírus se alastrou rapidamente pelo mundo, causando um forte impacto econômico, político e social, sobrecarregando o sistema de saúde, deixando mais de um milhão infectados e 77 mil vítimas fatais. Muitos hospitais não possuem leitos disponíveis, há falta de ventiladores e  equipamentos médicos de proteção estão se esgotando. Além disso, grande parte da população de baixa renda está sem acesso produtos alimentícios e de higiene.

Isso causou uma mobilização no mundo do futebol. Várias figuras importantes estão buscando ajudar a comunidade colocando a mão no bolso para amenizar os prejuízos causados pela pandemia. Dentre eles está a estrela Cristiano Ronaldo que, junto com seu agente Jorge Mendes, financiaram a construção de novas alas de dois hospitais em Portugal. O Hospital Santa Maria, em Lisboa, ganhará duas alas de UTI com dez leitos cada, já o Hospital Santo António, na cidade do Porto, terá uma nova ala com 15 leitos.

O craque do Barcelona Lionel Messi, doou um milhão de euros para os hospitais de suas cidades afetivas, Hospital Clínic, da Catalunha, e o Hospital Provincial de Rosário.

Não apenas os jogadores que marcaram presença nas doações. O técnico do Manchester City, Pep Guardiola contribuiu doando um milhão de euros para a campanha de arrecadação do Angel Soler Daniel Foundation, ligada ao colégio de médicos de Barcelona.

Além deles, outras figuras estão ajudando na luta contra o novo coronavírus e seus prejuízos, como por exemplo, o elenco e comissão técnica da Inter de Milão, que arrecadaram 500 mil euros para hospitais e centros de pesquisa da região. O clube inglês Arsenal, doou 100 mil libras para instituições de caridade e organizações que estão trabalhando no combate ao coronavírus em Londres, além de 50 mil libras para outras iniciativas da comunidade londrina.

Ocorreram outras ações como as dos jogadores alemães Leon Goretzka e Joshua Kimmich, do Bayern de Munique, que doaram um milhão de euros e criaram uma plataforma para arrecadar mais doações. O sueco Zlatan Ibrahimovic e o senegalês Sadio Mané também doaram cerca de 100 mil euros e 41 mil libras respectivamente.

Muitos jogadores brasileiros atuantes tanto na Europa quanto no Brasil, não realizaram grandes doações em comparação aos europeus, porém, criaram alguns fundos de arrecadações e iniciativas como a campanha desafio corona – que é voltada para as redes sociais –  e a campanha “O Futebol Se Importa” que tem o intuito de arrecadar fundos através da venda de camisetas autografadas e leilões. E dentre os jogadores que fizeram doações está o meio-campista Philippe Coutinho, que doou 20 toneladas de alimentos e produtos de higiene para as comunidades da Mangueira e da Barreira do Vasco, que fica ao lado do estádio de São Januário. Segundo a jornalista do SBT Chris Flores, Neymar doou 5 milhões de reais à Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e a um fundo criado pelo apresentador Luciano Huck. O atacante do PSG preferiu não divulgar publicamente.

Na última terça-feira (31), o jornalista e comentarista dos canais SporTV Maurício Noriega fez uma publicação em seu blog no site do Globoesporte, falando sobre sua insatisfação com relação a demora dos jogadores brasileiros em abraçar a causa. “O que fiz no texto foi uma ‘provocação’ pelo engajamento dos maiores jogadores brasileiros em prol de uma causa urgente. Muitos deles ajudam, mas uma ação conjunta gera alento, inspira, e eles como ídolos que muitas vezes saíram da miséria e sabem o que é uma vida dura e difícil, de abandono, podem representar uma força para aqueles que estão sofrendo. Não se trata apenas de dinheiro, é gerar empatia”, disse Noriega em contato com a nossa reportagem.

O jornalista ainda destaca a influência dos jogadores na luta contra o novo coronavírus e sobre a importância de aproveitar a influência que têm para motivar as pessoas: “A força dos jogadores e do futebol pode motivar doações, ações criativas. Eles próprios podem fazer e muitos estão fazendo doações de alimentos, remédios e equipamentos. Minha, digamos, cutucada, foi em busca do engajamento numa luta que é de todos. Eles são modelo e inspiração para muitos jovens que estão nas comunidades. A força de qualquer campanha com eles é muito maior. Imagine um Daniel Alves dando orientações de como fazer a higienização correta? Um Thiago Silva explicando como deve ser o isolamento?”, completou.

Com os jogadores europeus tomando iniciativas e a provocação de um dos mais influentes jornalistas esportivos do Brasil, resta agora, esperar os nossos craques tomarem as atitudes necessárias em um momento tão crítico.

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