“Venha e ocupe do jeito que quiser”, diz criador do Ocupa Food Park
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O Ocupa Food Park está localizado na avenida Rodrigues Alves, ao lado do metrô Ana Rosa na Vila Mariana e tem como principal ideal a ocupação do espaço público.
Marcello Bucaretchi é designer e um dos donos e idealizadores. Trabalhava num estúdio de criação e criou o Ocupa através de uma junção de vários projetos pessoais. Ele comenta que, além de um estabelecimento gastronômico, é cultural. Oferece oficinas e música ao ar livre entre food trucks. Bucaretchi afirma que criou o local para reviver as relações humanas, tão desgastadas atualmente.
Num ambiente rústico, ao ar livre, para Bucaretchi, o Ocupa Food Park tem como objetivo um escape da vida urbana, cimentada e individualista.
De onde surgiu a ideia de criar um food park?
Nos vendemos (sic) como food park mas, na verdade, este é um espaço cultural. Toda a formatação e conceito, tanto teórico quanto prático, está voltado a um projeto sócio-educativo, seja através de arte ou gastronomia. Não sabia exatamente que era isso o que eu queria, mas se formatou desta maneira. É um compêndio de ideias e vontades.
Por que criar um ambiente rústico?
A nossa ideia era criar um espaço de ocupação para fazerem do jeito que quiserem. Não fazia parte do projeto criar uma praça de alimentação padrão, com aquele monte de bancadas. Tudo é móvel, de modo que, a cada dia, as mesas e cadeiras estão de uma forma diferente. O Ocupa é uma tela em branco: “venha e ocupe do jeito que quiser”.
Queríamos esse espaço de convivência debaixo de uma árvore, por exemplo. Muitas coisas vieram de resto de obras e foram resgatadas. Deixamos a história do espaço para as pessoas repensarem.
Todas as pessoas que estão aqui trabalhando já eram contatos seus? Como foi esse processo?
Numa primeira etapa, começamos a pesquisar sobre o alicerce do espaço – a gastronomia – desde o ano passado. Como vamos oferecê-la como um braço educativo, a pessoa tem de criar uma relação com o consumidor que seja diferente, já que trazemos isso para todos os outros aspectos. Desde o cinema livre ou a música, as oficinas, etc.
A ideia era recriar as relações humanas, a possibilidade de vivenciá-las e resgatar a natureza. Aqui as pessoas podem conviver de uma maneira mais coletiva, já que o brasileiro hoje está individualista.
Como vocês se dá o contato com pessoas que realizem esse tipo de atividade, como oficinas?
A ideia do Ocupa é criar uma tela em branco para que o público formate livremente, tornando um espaço privado num público. Temos o projeto do cinema e as pessoas vêm chegando naturalmente. Professores vem dar aulas para crianças aqui e vamos criando essa troca. Hoje, nosso papel está muito mais como mediador.
Renata Geraldo (2o semestre)