Vacinação contra a raiva animal reúne cães e gatos da Vila Mariana
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Dizem que agosto é o mês do cachorro louco, mas pouca gente sabe o porquê. Conta a lenda que nesse mês há uma grande concentração de cadelas no cio. Com isso, os pretendentes disputam o trono de macho-alfa. Essa briga entre concorrentes faz com que a raiva, doença famosa do mundo animal, se alastre mais do que o normal. Sendo agosto o mês de maior contaminação da doença, também não poderia deixar de ser o mês da vacinação animal.
Em 2013, a Campanha de Vacinação Contra a Raiva em Cães e Gatos, que teve início no dia 19 de agosto, se estende até 1º de setembro. Com 1,2 milhões de doses de vacinas disponíveis, a campanha conta com 2.108 postos de vacinação espalhados por toda a cidade de São Paulo, sendo 21 em endereços fixos. A Vila Mariana também participa.
Nesse fim de semana, a campanha esteve presente em três endereços do bairro. No sábado, 24, um dos postos de vacinação foi montado na rua França Pinto. Com três funcionários da Prefeitura que se revezavam entre as funções, o serviço foi corrido durante o dia inteiro. Movimentado, o posto vacinou mais de 400 animais, de acordo com José Luís Santos, 52, um dos funcionários presentes. “Essa costuma ser a quantidade média em um dia de expediente”, afirmou.
Trabalhando com isso há mais de trinta anos, José Luís acha que a campanha poderia ser mais divulgada e os postos melhor estruturados. “Não há tanta divulgação. E nós, aqui, fazemos tudo. Se chover, precisamos nos virar”, desabafa.
Doença no Brasil
“É preciso salientar que nosso país é modelo mundial de erradicação contra a raiva. Sendo assim, os casos da doença no Brasil são mais escassos do que em outros lugares do mundo”, comenta a médica veterinária e sócia proprietária do 4 Animals Medicina Diagnóstica, Camila Torres Faldon.
“A raiva é uma doença infecciosa viral, ou seja, causada por um vírus que afeta os mamíferos. Ela pode ser transmitida por mordedura, contato das mucosas com a saliva contaminada, lambedura em feridas abertas ou arranhões”, explica Camila. Como toda doença, a raiva também tem seus sintomas. Os mais comuns são as alterações comportamentais, como agressividade e inquietação. Outros sinais são a falta de ar, aversão de líquidos e o aumento da produção de saliva.
Camila ainda fala sobre a vacinação. “É de suma importância, pois a raiva é considerada zoonose, ou seja, pode ser transmitida para o ser humano, tornando-se um problema de saúde pública”, diz.
Conforme lei municipal nº 13.131/01, todos os cães e gatos com mais de três meses de idade devem ser vacinados contra a raiva anualmente. “Respeitem o protocolo de vacinação dos seus bichinhos como se fossem seus filhos. Ter um animal não é só dar casa, comida e banhos. É, acima de tudo, ser responsável, pois é uma vida como qualquer outra”, aconselha a veterinária.
Acidentes
Em caso de arranhões e mordidas, o Instituto Pasteur, referência para diagnóstico e controle para a raiva, recomenda lavar imediatamente o ferimento com água e sabão e procurar com urgência o Serviço de Saúde mais próximo.
Adelita Silva, 34, outra funcionária dos postos de vacinação, comenta sobre a segurança necessário na hora de imunizar o animal. “A vacina é do lado esquerdo. Nós sempre pedimos para o dono segurar seu animal e isolar a cabeçinha dele. Se sentimos que não é seguro, não fazemos”, diz.
No dia da vacinação, todos os cães devem estar com coleiras e guias. Para os mais bravos, a focinheira é obrigatória. Já os gatos devem ser levados em caixas de transporte.
Campanha de Vacinação Contra a Raiva em Cães e Gatos Data e local de plantões de postos de vacinação na Vila Mariana: Dia 30 de agosto. Rua Diogo de Faria com rua Coronel Lisboa;Dia 1º de setembro. Largo Ana Rosa com avenida Conselheiro Rodrigues Alves. O serviço é gratuito. Os postos funcionam das 9h ás 17h. Mais informações no telefone 156. Instituto Pasteur Av. Paulista, 393 – Cerqueira César São Paulo, 01311-000
(11) 3145-3157
Thiago Montero (4° semestre)