Taxistas da Vila avaliam uso obrigatório da “maquininha”
Compartilhar
Desde o dia 5 de abril, os táxis de São Paulo são obrigados a portarem máquinas de cartão de crédito e débito. Os taxistas que não disponibilizarem meios de pagamento eletrônicos aos usuários terão de arcar com multa de R$32,40, além de receber 5 pontos no prontuário. Em caso de reincidência, o valor e a pontuação dobram.
A lei, promulgada em novembro do ano passado, tornou obrigatório que os taxistas deem aos passageiros a alternativa de efetuar pagamento com cartão. Inicialmente, o prazo para eles se regulamentarem era de um mês. Mas após protestos por parte dos motoristas, a prefeitura prorrogou a efetivação da medida duas vezes.
À reportagem do Vila Mariana, taxistas do bairro reconhecem que a nova mediada atrai clientela, mas reclamam da taxa cobrada pelas operadoras de cartão.
Lucas Fraga, jovem taxista de 19 anos, que está há pouco tempo na profissão, é a favor do uso das maquinas de crédito e débito. “Eu acho que é certo ter essa obrigatoriedade, porque aumentam opções do passageiro, a segurança dele e a nossa também”, explica. Apesar de reconhecer os benefícios, Fraga não está contente com os custos para ter o aparelho. “O ponto negativo disso é você ter que pagar uma taxa para o banco, você acaba perdendo nisso”, lamenta.
Benedito Cacosa, taxista de 61 anos, há 35 na profissão, também reclama das despesas que acompanham o uso da máquina: “O que não é justo é a obrigação e você ter que arcar com as taxas”. Apesar de não estar contente com a obrigatoriedade, Cacosa reconhece os benefícios do uso da maquininha. “A gente vê o lado do passageiro: é econômico e mais seguro, tanto para ele quanto para a gente”, relata.
Uber
Fraga acredita que o Uber tem vantagens na concorrência por passageiros. “Eu nem digo que é concorrência porque é muito desleal. Por exemplo, a gente pega um táxi aqui e vai até Congonhas por 25 reais. Se a gente pegar um Uber, sai mais ou menos uns 15 reais”, explica.
Cacosa reclama que a prefeitura não deixa os táxis terem desconto e que o mesmo não vale para o Uber. Ele defende que sejam adotadas regras mais igualitárias para ambos.
“Não é uma concorrência justa. É lógico que as pessoas estão para trabalhar. Mas não deveria ser da forma que é”, argumenta Fraga.
Por André de Sena e Victor Porto (3º e 1º semestres)