Usuários sofrem com máquinas de recarga de Bilhete Único no Metrô
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Nas últimas semanas, a população usuária do Metropolitano de São Paulo encontrou problemas na hora de recarregar seus Bilhetes Únicos. Segundo a reportagem do Vila Mariana, usuários têm enfrentado dificuldades, como filas enormes, atrasos e gastos fora do seu planejamento, já que sem o cartão de embarque, o passageiro necessita pagar por cada novo embarque no transporte de São Paulo.
Por conta de alguns impasses contratuais entre a Rede Ponto Certo – que fornece as máquinas de recarga – e o governo, contratante do serviço, a manutenção dos pontos de autoatendimento teria sido suspenso. Algumas cabines instaladas nas estações do metrô da cidade foram retiradas e, as que restaram, segundo testemunhou a reportagem, seguem com problemas.
Apesar de uma nova empresa ter sido contratada, a Prodata Mobility, os problemas persistem. Agora, as máquinas de autoatendimento não funcionam. Houve reclamações por parte dos usuários em diversas estações onde se encontram esses equipamentos.
Dona Maria Conceição, de 67 anos, afirma que a máquina “comeu” seu dinheiro enquanto tentava recarregar seu bilhete que, mesmo assim, continuou sem saldo. “Fui carregar o cartão aqui na Conceição e acabei perdendo meu dinheiro. Se for para fazer, que façam direito”, desabafa.
Julia Gianesi, de 18 anos, demonstra sua indignação com os problemas frequentes na hora de recarregar seu Bilhete Único de estudante, dizendo que acaba gastando mais do que deveria quando compra o passe unitário por não conseguir usar o cartão com os benefícios de integração e desconto na tarifa. “Não é só o fato de a máquina não funcionar, mas o que isso causa na vida das pessoas”, lamenta. Julia ainda questiona como ficaria a situação daqueles que não têm o dinheiro em mãos ou possui uma quantia exata para a passagem. “Talvez aquele R$3,80 faça diferença na vida dessa pessoa”, pondera.
Estações
A equipe do Portal de Jornalismo da ESPM visitou o terminal Jabaquara duas vezes e comprovou que as máquinas de recarga não funcionam bem. Das quatro máquinas, apenas uma trabalhava corretamente. “Daqui a pouco dá ‘pau’ de novo. Virou uma palhaçada”, reclama um senhor da fila que também preferiu não se identificar.
Um segurança da estação contou à reportagem que os responsáveis da empresa vêm, recolhem o dinheiro das máquinas e vão embora, sem fazer qualquer tipo de reparo. Enquanto isso, funcionárias da empresa Rede Ponto Certo estavam ao lado de fora da estação Jabaquara, carregando os bilhetes através de um smartphone com aplicativo específico para tal.
“Estamos auxiliando as pessoas aqui fora porque as máquinas lá dentro só vivem quebradas”, conta Ilza Maria, de 34 anos. A funcionária mostra que, pelo aplicativo, a carga no bilhete é imediata. “A pessoa nos passa o dinheiro, a gente coloca o bilhete único atrás do celular, recarrega e o saldo cai na hora”, explica.
Ilza conta que esse aplicativo está atribuído à uma tecnologia avançada chamada NFC (Near Field Communication) encontrada nos novos modelos de smartphones. Segundo a funcionária, este recurso está disponível apenas nos celulares de quem trabalha na Rede Ponto Certo. Mas que o objetivo é disponibilizar a todos essa novidade.
A contratada ainda diz que ela e sua equipe estão ali para acudir os usuários do metrô. “Os equipamentos da nova empresa não funcionam, ninguém oferece uma informação e nós estamos aqui tentando ajudar, mas o metrô não ajuda a gente”. No entanto, ninguém mais viu Ilza ou sua equipe por perto da estação Jabaquara.
Já na estação Vila Mariana, a reportagem não encontrou situação melhor no processo de recarga. Lá, a estação conta com apenas uma cabine que faz a recarga apenas em dinheiro. As demais máquinas estão com um aviso de que não estão funcionando.
Justificativas
O diretor de finanças do Metrô de São Paulo revelou ao portal G1 que a previsão para que os problemas sejam resolvidos é o começo de março deste ano, o que não aconteceu. A equipe do Portal de Jornalismo da ESPM entrou em contato com os responsáveis da nova empresa Prodata Mobility, que não deram informações suficientes até o fechamento dessa matéria.
Por Maju Silva (3o semestre)