Sustentabilidade requer inclusão e acessibilidade
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Durante a Virada ODS, palestrantes contaram suas experiências e destacaram a importância da luta por direitos das pessoas com deficiência – Foto: Letícia Mares Guia
Letícia Mares Guia (1º semestre)
As atividades da parte da tarde da 2ª Virada ODS, concentradas na Praça das Artes, no centro histórico de São Paulo, se voltaram a acessibilidade e inclusão. A roda de discussão foi formada por Andréa Werner, deputada estadual, Ivan Baron, influenciador digital, Wolf Kos, fundador do Instituto Olga Kos, e Carolina Ignara, CEO e fundadora do Grupo Talento Incluir. A mediação esteve a cargo de Silvia Grecco, secretária municipal da pessoa com deficiência.
Werner falou sobre sua trajetória até ser eleita deputada, começando com o diagnóstico de autismo do filho e a criação do blog Lagarta Vira Pupa, que posteriormente se tornou o Instituto Lagarta Vira Pupa. “Eu comecei a entender que, sem política, não tinha o remédio de alto custo na farmácia, sem política não teria a lei que amparasse a inclusão daquelas crianças na escola”.
Ignara deu destaque à Lei de Cotas e à educação inclusiva como mecanismos importantes para transformar a realidade de pessoas com deficiência. “Quando a criança fica na biblioteca e os amigos ficam na quadra jogando, ela foi impedida de sociabilizar, o que é muito importante para o adulto que vai trabalhar”, exemplificou.
Baron contou suas vivências no ambiente escolar e a importância de recursos de acessibilidade nos espaços físicos, como corrimãos e calçadas planas. Também citou a necessidade de uma mudança na imagem preconcebida da pessoa com deficiência, reforçando a prática do respeito. A diferença entre acessibilidade e adaptação ainda foi frisada por Ignara, como a separação de uma pessoa com deficiência de um grupo devido à falta de acessibilidade do local.
Ao abordar os objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS), Kos, por fim, reforçou o papel indispensável da luta política. “A educação só vai se fazer inclusiva se nós lutarmos pelos nossos direitos, nós precisamos fazer um convívio e educar é conviver e educar é respeitar”.
Balanço – Ao encerrar os trabalhos, Grecco considerou que aquele momento de reflexão foi importante para ampliar a discussão sobre as demandas das pessoas com deficiência, que inclui acesso a empregos e apoio às famílias. “Nós temos uma causa, e ela se chama pessoa com deficiência”, concluiu.
#ParaTodosVerem: No palco, da esquerda para a direita, estão: um intérprete de LIBRAS, em pé, Andréa Werner, Ivan Baron, Wolf Kos, Carol Ignara e Silvia Grecco, sentados, dispostos em uma fileira horizontal de frente para o público.