Prefeituras já estão aderindo ao passaporte da vacinação
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Isabelle Vita Gregorini (2º semestre)
Na atual crise sanitária em que o mundo se encontra, a vacinação é um recurso que contribui para acelerar o fim da pandemia. Um dos artifícios para incentivar a população a se vacinar é a obrigatoriedade da apresentação do passaporte da vacina em locais de uso coletivo dos cidadãos.
Esse comprovante de vacinação contra o Covid-19 já é obrigatório em, ao menos, 259 municípios brasileiros, segundo a Confederação Nacional de Municípios (CNM). Paulo Ziulkoski, presidente da confederação, apontou que a CNM quer se reunir com os prefeitos para incentivar que mais cidades adotem tal exigência. Ziulkoski disse, inclusive, que essa condição é uma das principais estratégias dos municípios para incentivar a população a se vacinar.
Em outros locais pelo mundo a obrigatoriedade da comprovação da vacina já apresenta resultados positivos. Em Nova Iorque, Estados Unidos, foi aplicado um programa de passaporte da vacina chamado ‘’Key to NYC’’ ou ‘’Chaves para Nova Iorque’’, que exige a apresentação do documento na maioria dos ambientes fechados dentro da cidade, como restaurantes e academias.
Publius Martins, médico formado pela Universidade de Coimbra e pneumologista no Hospital Mount Sinai em Nova Iorque, apontou a importância da vacinação devido ao controle da transmissão e infecção pelo Covid-19 que a vacina fornece. “Em Nova Iorque o passaporte está sendo importante para o controle de quem foi vacinado e forçar quem não foi vacinado a tomar a vacina, vendo que você não pode entrar, por exemplo, em um restaurante ou avião sem ter se vacinado”, afirma Publius.
Questões como liberdade em relação a escolher ou não tomar a vacina estão em alta devido à essa obrigatoriedade. Lucca Valente, gerente de produção de matéria prima, se mostrou contra o passaporte dizendo que o documento é ‘’besta’’. “Mesmo sendo favorável a campanha de vacinação, acho que é um direito do ser humano saber o que quer e o que não quer. Essa obrigatoriedade é igual uma prisão, é como se o governo te obrigasse a usar uma droga que você não queira, ou seja, sua opinião não vale nada e sua liberdade é reduzida”, reitera Lucca.
Já contrapondo o que Lucca pensa, o pneumologista Publius falou: “Esse pensamento é individualista. Esse individualismo fica sendo antissocial, pois isso encoraja a transmissão do vírus. Mesmo que a pessoa tenha um bom sistema imune, ela pode funcionar como um vetor ao transmitir o vírus para várias pessoas”. O médico ressalta: “No meu ponto de vista a vacinação é importante. A visão do hospital em que eu trabalho é que temos que encorajar todos os pacientes a tomar a vacina. Não só para protegê-los de ficarem doentes e, eventualmente, de pegar a doença de forma grave, mas também num ponto de vista social para parar a transmissão do vírus”.
Sendo assim, segundo a visão do pneumologista Publius e do presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, o passaporte da vacina é uma forma de fazer com que mais pessoas se vacinem e, consequentemente, controlar a transmissão do Covid-19 dentro das cidades. Portanto, algumas cidades brasileiras como Rio de Janeiro e Salvador já adotaram esse documento de comprovação em ambientes de convívio social, havendo restrições distintas em cada cidade.
Como obter o passaporte da vacina
Em cidades como São Paulo, ao tomar a vacina é realizado um comprovante físico da vacinação. Entretanto, também há a possibilidade de emitir a comprovação de forma online pelo aplicativo gratuito promovido pelo Ministério da Saúde “Conecte SUS”.
É possível baixar o aplicativo pelo smartphone ou acessar o Conecte SUS pelo site conectesus.saude.gov.br. O aplicativo fornece versões tanto para sistema Android quanto IOS. Para acessar é necessário ter uma conta no sistema do governo federal, que pode ser efetuada utilizando CPF e um email pelo site https://cadastro.acesso.gov.br ou pelo aplicativo.