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IMS celebra a cultura negra brasileira em exposição fotográfica de Walter Firmo

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A exposição conta com dois andares, sendo o primeiro dedicado para as fotos coloridas e o segundo para as fotos em preto e branco – Fotos: Vicente Ricardo

Vicente Ricardo (1º semestre)

A exposição “Walter Firmo no verbo do silêncio: a síntese do grito” está aberta para visitação gratuita no Instituto Moreira Salles, na Avenida Paulista, e no site do museu, de forma virtual, até o dia 11 de setembro. São 250 fotografias que celebram os 67 anos de carreira do fotógrafo.

O fotógrafo, ou “Mestre da Cor”, como também é chamado, nasceu no subúrbio do Rio de Janeiro e ingressou no fotojornalismo aos 18 anos, em 1955, no jornal Última Hora. Em 1963, ganhou o Prêmio Esso de Reportagem pela série “Cem dias na Amazônia de ninguém”, publicada no Jornal do Brasil. Também ganhou notoriedade por fotografar figuras emblemáticas da música brasileira, como Cartola, Pixinguinha, Dona Ivone Lara, Maria Bethânia, Gal Costa, entre outros. Um dos textos explicativos da exposição afirma que as fotografias e as matérias de Firmo não podem ser compreendidas como um discurso que apenas elogia a brasilidade e a cultura popular. Para a curadoria, sua arte revela como o povo negro fez sua história em meio ao racismo e às desigualdades.

Cartola é um dos artistas da MPB que foram fotografados por Firmo

Em uma reportagem publicada na Gazeta do Povo, que teve parte reproduzida na exposição, Firmo afirmou: “Era a época da pílula, dos Beatles, do Woodstock, do ‘negro é bonito’. Deixei meu cabelo crescer, e começou a parte política do meu trabalho. Fui para as ruas, para as fábricas e para os músicos, sempre dando ênfase para a negritude. Mas minha postura nunca foi de usar o verbal, discursar em uma mesa. Trabalho numa linguagem muda. A fotografia se apropria disso. Através dessa sutileza, posso fazê-la gritar”.


A fotografia intitulada “Vendedor de sonhos na Praia de Piatã” exibe a habilidade do fotógrafo com cores e luzes

O segundo andar da exposição foi reservado para expor as fotos em preto e branco. Apesar de Firmo ter se consagrado no estudo da cor, as imagens em preto e branco se destacam pelo contraste de luz e sombra.

O metalúrgico Maurício José da Silva, um dos visitantes da exposição, lembrou momentos do passado ao ver as imagens capturadas por Firmo. “As fotos são muito importantes e dá saudade do período em que ele tirou [referenciando as imagens dos ícones da MPB]. A fotografia de Cartola reviveu uma história marcante e muito valiosa da época”, disse.


A exposição fica em cartaz, em São Paulo, até a segunda semana de setembro

A exposição pode ser visitada das de terça a domingo, das 10h às 20h. Também é possível fazer um tour virtual através do site do IMS.

#ParaTodosVerem: A primeira fotografia tem fundo alaranjado e registra uma das partes da exposição. Há 10 pessoas observando as imagens feitas pelo fotógrafo Walter Firmo. Um visitante está capturando imagens com o celular, apontado para o alto, na parte direita da foto. A segunda fotografia é um retrato do cantor Cartola, da cintura para cima, tirada durante o Carnaval de 1963. Ele usa óculos de sol e veste um terno com as cores verde e rosa, que remetem à escola de samba carioca Mangueira. A terceira fotografia reproduz a foto intitulada “Vendedor de sonhos na Praia de Piatã”, de Walter Firmo, que tem como elemento central uma criança negra, em pé, à beira do mar, segurando algodões doces de cores variadas. O céu azul, com nuvens brancas, ocupa boa parte da imagem. Na quarta fotografia, aparece a fachada da exposição. Duas faixas laranjas, em posição vertical, dão destaque ao título da mostra. Do lado esquerdo, aparecem um retrato feito pelo fotógrafo carioca e textos explicativos sobre a exposição.

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