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Coda.Br 2020 aborda Covid-19, Amazônia e desigualdade

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João Pedro Oliveira, Laura Cavalari e Rafael Saldanha (2º semestre)

A Conferência de Jornalismo de Dados e Métodos Digitais Brasil (Coda.Br) 2020 ocorreu inteiramente on-line, pela primeira vez, entre os dias 2 e 7 de novembro. Com a participação de diversos especialistas, discutiu-se temas importantes para a sociedade, como a pandemia do novo coronavírus, os desafios na Amazônia e a desigualdade nos mundos digital e jornalístico.

Os seis dias de evento possibilitaram dois tipos de atividades: workshops, nos quais um participante apresentou seu projeto ou empresa e respondeu a perguntas de espectadores, e os painéis e keynotes, nos quais três especialistas se reuniram para apresentar seus trabalhos e depois debaterem por 45 minutos.

Os workshops aconteceram nos períodos da manhã e da tarde e eram pagos. Já os painéis foram à noite e gratuitos, transmitidos ao vivo, no Youtube, pelo canal da Escola de Dados.

 

Segunda-feira (2/11)

Abrindo o primeiro painel, no primeiro dia, com o tema Saúde no Jornalismo e a Covid-19, Fernanda Campagnucci, diretora executiva da Open Knowledge Brasil, recebeu os participantes Atila Iamarino, doutor em microbiologia na USP, pesquisador na Yale University, criador do canal Nerdologia no Youtube. Atila expôs a importância do acesso aberto à sociedade, consequência da urgência do tema saúde.

O divulgador científico ressaltou o conceito de análise de dados, da informação e da notícia com dados, ressaltando o grande benefício que a alta demanda de dados disponíveis nas mídias digitais oferecem aos profissionais do jornalismo e à população em geral. Outro fator de destaque, para Atila, é a notabilidade de se possuir um Órgão oficial para colheita de dados, de uma forma segura.

Em seguida, Fabíola Torres, jornalista e diretora do Salud com a Lupa, site de jornalismo investigativo em temas relacionados à saúde, e membra do consórcio internacional de jornalistas investigativos, destacou que a pandemia se converteu em uma crise sanitária, visto que problemas econômicos e sociais também se agravaram como resultado da crise. Trouxe a necessidade de um olhar que se faz a partir de uma linha de investigação precisa, diante das informações necessárias que precisam ser traduzidas para a sociedade.

Finalizando o primeiro dia de palestra, Marcelo Gomes, doutor em física pela UFRGS e pesquisador em saúde pública no programa de computação científica da Fiocruz, reforçou o conhecimento da origem das fontes sugeridas pelos órgãos de associação da notificação dos dados sobre saúde pública, a problematização de gerar dados com base nos pacientes que testaram de forma sorológica, que não permite o acesso da fase ativa ou de alto contágio no Brasil, se tornam uma problemática para a população brasileira. Por último, expressou a sua preocupação por um padrão na demora da avaliação dos perfis de pacientes contaminados.

Foto: Laura Cavalari
Participantes em debate no painel “Saúde no Jornalismo e a Covid-19”

 

Terça-feira (3/11)

Os workshops que iniciaram o segundo dia do evento trabalharam o jornalismo de dados como ferramenta para apurar informações, como constou no workshop “Data is everywhere: investigações digitais com fontes abertas”, apresentado por Adriano Belisário, no qual o criminólogo Giancarlo Fiorella falou sobre o uso de dados, programas digitais e redes sociais para investigar crimes em todo o mundo.

O investigador e membro da empresa investigativa Bellingcat explicou que aproveita os meios digitais para desenvolver produtos jornalísticos, como a divulgação de uma base de dados com 1017 vídeos de violência policial a manifestantes nos Estados Unidos, durante o movimento social “Black Lives Matter”, utilizando a plataforma britânica Forensic Architecture.

O espanhol ainda enfatizou a importância de plataformas como Google Maps e SunCalc para descobrir o local exato de uma foto ou vídeo, assim como discorreu sobre uma caixa de ferramentas para investigações digitais, disponível de graça na internet, da sua própria empresa, a Bellingcat Digital Investigation Toolkit.

Foto: Rafael Saldanha
Giancarlo Fiorella apresentando a Bellingcat

Na parte da tarde, a conferência foi apresentada por Fernanda Campagnucci. Danielle Monteiro, engenheira de dados na XP Investimentos, versou sobre veracidade de dados e a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) ratificada em 14 de agosto de 2018 pela Presidência da República.

“É preciso tomar cuidado e é preciso ter a consciência de que nós estamos tratando de forma quase direta com a vida das pessoas. O cuidado passou agora a ser uma questão de lei; antigamente era só um caos, hoje em dia pode ser um crime. Por que você está acessando esses dados? Você tem autorização para acessá-los? Qual é o estrago que pode trazer para a empresa? Então, agora, nós temos muito mais responsabilidade sobre os dados”, disse Danielle sobre o manuseio dos dados pessoais alheios e das consequências perante a LGPD.

No segundo dia de conferência, keynote, palestra que trouxe como estrela principal Gabriela de Queiroz, gerente de machine learning na empresa IBM e participante da organização RLadies, que promove a diversidade de gênero na comunidade, e mediação feita por Nina da Hora, cientista da comunicação. Gabriela, estreou sua apresentação mencionando as implicações da Inteligência Artificial e como mitigar vieses com ferramentas de open source, na tradução livre significa código aberto, ou seja, projeto de conteúdo aberto  para o público copiar e modificar.

Diretamente da Califórnia, a palestrante discursou sobre a carência da Inteligência Artificial estar disponível ao público, enfatizando a função da empresa IBM em mitigar e oferecer as ferramentas necessárias para acessibilidade dos dados à audiência. Em seguida, fundamentou sobre a Inteligência Artificial ser qualquer coisa que permita que os computadores se comportarem como humanos, ou seja, criação de dispositivos que simulem a capacidade humana, tais como: raciocínio, resolução de problemas e definir possíveis soluções, como definiu, “uma inteligência fabricada”.

Prosseguindo com o tema, Gabriela, apontou onde é possível encontrar a IA (Inteligência Artificial), dando exemplos, como telefones, assistentes, campainhas de porta, smartwatches, aspiradores de pó inteligentes, buscas online, como Google, compras online e até supermercado que possuem caixa automático, dispensando a ação humana. Outro ponto ressaltado pela mesma, foi sobre a tecnologia não ser uma ferramenta inclusiva, os aplicativos não são neutros, possuindo ações que os tornam preconceituosos e inacessíveis à pessoas, para ela “A tecnologia é fundamentalmente moldada pelas desigualdades raciais, étnicas, de gêneros e outras desigualdades prevalentes na nossa sociedade”.

Concluindo o dia, a palestrante conduziu o seu discurso, priorizando assuntos como o preconceito digital e a violação de privacidade, expondo casos que são exemplos da discriminação existente no meio digital, tomando a verdade que cerca o mundo, e mostrando possíveis soluções para a construção da igualdade na Inteligência Artificial, como algoritmos mais aprofundados e acessíveis às pessoas, incluindo todos os gêneros, raças e classes sociais.

Foto: Laura Cavalari
Gabriela de Queiroz, apontando as implicações da Inteligência Artificial

Quarta-feira (4/11)

Na manhã da quarta-feira, o evento trouxe como atração o workshop da Keila Guimarães (responsável pela curadoria de dados do Google News Lab no Brasil), com a apresentação de Marília Gehrke. O assunto principal era: o que as buscas do Google revelam sobre 2020. Keila mostrou como usar a ferramenta do Google Trends e como os grandes veículos de comunicação usam essa ferramenta para produzir seus conteúdos, dando como exemplo uma matéria da Folha de São Paulo sobre a pandemia no início de maio.

O workshop da tarde sobre Publicadores de Dados em Trabalho com Elasticsearch para análise de dados no Auxílio Emergencial, mediação Fernanda Campagnucci, diretora executiva da Open Knowledge Brasil, e Juliany Raiol, bacharela em Sistemas de Informação na Universidade do Estado do Amazonas e fundadora da comunidade PyLadies Manaus, um grupo internacional que com foco na orientação de mulheres a se tornarem líderes no código aberto de Python.

Direcionando a palestra, Juliany explicou como a Elasticsearch está integrada em diversas plataformas e como serve de ferramenta na busca de dados, em larga escala. Outro fator favorável à ferramenta, o armazenamento de dados e consultas, exemplificou algumas grandes que faz uso, como a Netflix, a partir das sugestões de filmes e séries pelo seu cardápio externo na plataforma digital,  Tinder, com o famoso match, conectando possíveis pares, por meio de buscas com perfis parecidos, outra grande empresa é a Uber, contendo dados de localização gerados por um GPS.

Finalizou a palestra, ensinando como é possível construir seu próprio Index, banco de dados, criando uma tabela de acesso aos documentos salvos na nuvem, de forma mais rápida e eficiente. Com isso, o banco de dados do Auxílio Emergencial é um exemplo do trabalho em juntar diversas informações dos cidadãos em um índice de bando de dados.

Foto: Laura Cavalari
Juliany Raiol no workshop “Trabalhando com Elasticsearch para analisar dados do Auxílio Emergencial”

Na quarta-feira à noite o painel “Algoritmos e desigualdades”, apresentado por Silvana Bahia, reuniu três especialistas no jornalismo de dados: Catherine D´Ignazio, professora-assistente no MIT (Massachusetts Institute of Technology), Joana Veron, diretora executiva da Coding Rights e Nicholas Diakopoulos, professor na Northwestern University, de Chicago.

A norte-americana iniciou falando sobre o poder dos dados, comparando-os com um recurso natural como o petróleo, sendo que pode ser extraída, capturada e tornada em lucro. Escritora do livro “Data Feminism” (Feminismo de Dados), Catherine falou sobre a importância do movimento no âmbito virtual e como ele pode ser “um tipo de resistência ao mal uso dos dados”, exemplificando um trabalho de uma engenheira geofísica, María Salgueiro, sobre feminicídios no Mexico. Na página do artigo, é possível ver a localização de 6571 assassinatos em todo território mexicano, de janeiro de 2016 a janeiro de 2019.

Na mesma linha, Joana discorreu sobre a imposição de um algoritmo em uma plataforma, indicando uma “matriz de dominância”, a qual representa o capitalismo e o “heteropatriarcado”, utilizada por aplicativos que a impõe em seus usuários. Ainda citou apps que requerem informações pessoais de mulheres, para estimulá-las a ter filhos e dinamizar suas vidas íntimas.

Por outro lado, o professor estadunidense comentou sobre a função dos algoritmos e levantou a pergunta, “como nós responsabilizamos os algoritmos?”, e logo explicou: “responsabilidade de um algoritmo é sobre entender como as pessoas exercem o poder pelo sistema do algoritmo, e são as pessoas que são responsáveis por suas decisões, portanto, lentamente, os algoritmos combinam várias habilidades jornalísticas com habilidades técnicas para prover a minuciosidade que ele serve”, disse Nicholas.

O comunicador ainda discutiu sobre as consequências de possíveis erros dos algoritmos, os quais podem se tornar materiais noticiosos por falhas em filtrações ou previsões, podem fazer pessoas perder oportunidades como uma oferta de emprego ou um convite para uma entrevista. Nicholas completou com a possibilidade de violações de normas legais e sociais, por exemplo, quando um algoritmo usa dados que não deveria ou confere informações equivocadamente.

Foto: Rafael Saldanha
Participantes do painel “Algoritmos e desigualdades”, no debate

Quinta-feira (5/11)

No quarto dia da Conferência de Dados, a palestra Introdução à Inteligência Artificial para jornalistas, realizada por meio da mediação Adriano Belisário, coordenador da Escola de Dados, e participação especial de Marco Túlio Pires, jornalista e líder do Google News Iniciative para o Brasil. Apresentou a principal ocupação da Inteligência Artificial em benefício do profissional de Jornalismo e como o Google trabalha em função dos usuários.

Durante o tempo decorrente, Mario expressou como a IA é uma grande e necessária ferramenta de auxílio nos dias de hoje, com tantas informações captadas pelos humanos em diferentes áreas e plataformas, sendo a maior delas digital. O machine learning, aprendizado de máquina, contribui para formação de infinitas possibilidades ao Homem, cooperando principalmente nas investigações de dados na prática jornalística por via dos algoritmos.

Encerrando a orientação do palestrante, o mediador Adriano Belisário, fechou o workshop com perguntas do público, uma delas foi sobre na medida em que aumentam exemplos, os algoritmos aprendem sozinhos ou precisam de um humano reformulando o software, Mário avança com a resposta afirmando que é necessário o refinamento da ação humana para moldar os algoritmos digitais.

Foto: Laura Cavalari
Mario Túlio no workshop “Introdução à Inteligência Artificial”

Na quinta-feira à tarde, o workshop foi sobre análise de dados socioeconômicos no QGIS, com Jorge Santos (Instrutor de Geotecnologia do QGIS) e apresentação de Fernanda Campagnucci. O QGIS é o Sistema de Informação Geográfica de Código Aberto; Jorge explicou como usar o programa para analisar dados socioeconômicos e como fazê-lo para ajudar a resolver problemas sociais. Por exemplo, uma escola numa periferia tem que estar perto de um hospital, uma delegacia e um ponto de ônibus. O programa ajuda a desenvolver um projeto para que a escola seja construída no local certo.

O painel principal do dia foi “Investigação online com fontes abertas” com o britânico Eliot Higgins (jornalista e fundador da empresa Bellingcat) e apresentação de Natália Mazotte. A empresa Bellingcat é um coletivo de jornalismo investigativo responsável por descobrir delitos em todo mundo, a principal função da empresa é usar imagens e vídeos dos ataques que acontecem no Oriente Médio para localizar o local exato de onde foram feitos e combater as fake news no jogo político.

Eliot, contou como surgiu a Bellingcat. “Com o avanço tecnológico, o acesso aos meios como Google Earth se tornou cada vez mais fácil e totalmente acessível para o público, com isso a investigação de fonte aberta muitas vezes contrariava o que a mídia retratava. Foi aí que surgiu a Bellingcat. Ficava frustrado porque a mídia não retrata adequadamente os confrontos da primavera árabe, foi aí que surgiu meu interesse em usar várias fontes para tentar fazer minha própria investigação”, explicou.

Ainda comentou sobre o acesso restrito dos dados, que antes eram mais liberais e fáceis de achar, porém hoje em dias eles são mais protegidos, até mesmo pela questão das fake news, assunto muito importante e que Eliot tratou com muito cuidado, dizendo que trabalham diariamente em conjunto com a Microsoft para desenvolver ferramentas de combate às fake news.

Foto: João Pedro Oliveira
Participantes do painel Investigação online com fontes abertas

Sexta-feira (6/11)

        

         O dia iniciou-se com a oficina “Conhece a ti mesmo: como evitar vieses em suas análises de dados”. Apresentado pelo coordenador da Escola de Dados Adriano Belisário, a cofundadora do Coda, Natália Mazotte explicou como fugir das tendências dos dados, assim como das nossas próprias parcialidades. Natália explorou como nossas decisões inconscientes podem nos fazer cair em julgamentos inadequados, especialmente no trabalho jornalístico com dados. Além disso, introduziu alguns conceitos-chave do livro “Rápido e Devagar – Duas formas de pensar”, do vencedor do Nobel de Economia Daniel Kahneman.

A tarde do penúltimo dia da Coda contou com o workshop “Introdução ao pensamento computacional”, apresentado por Marília Gehrke, com a participação de Ana Carolina da Hora, criadora do podcast Ogunhe. A cientista abordou a questão humana na tecnologia, além do conceito apenas digital dela. “Temos que levar em consideração as intervenções humanas que nós teremos num processo de criação de uma tecnologia”, afirmou.

“Nina” da Hora completou com uma apelação mais próxima ao público, explicando como inserir o pensamento computacional no dia a dia das pessoas, apresentando situações rotineiras do cidadão, como decidir a roupa para sair de casa ou qual rota é a melhor para o trabalho.

Finalizando a sexta-feira, o painel “Desafios na Amazônia”, apresentado por Thiago Medaglia. Kátia Brasil, diretora executiva da agência de jornalismo independente Amazônia Real, Nelly Luna, cofundadora do Ojo Público e Toya Manchineri, coordenador do COIAB (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia) apresentaram seus projetos e discutiram sobre o impacto jornalístico na Amazônia.

Kátia Brasil começou levantando a influência dos dados na Floresta Amazônica, tanto para apurar o número de casos e mortes por Covid-19 nas tribos indígenas, quanto para outros aspectos como a da violência doméstica, para qual foi realizada uma pesquisa nacional que apurou as vítimas de feminicídio durante a pandemia, entre maio e agosto.

A executiva ainda comentou sobre como é trabalhar adentro às tribos e comunidades amazônicas, citando a necessidade de pedir licença aos moradores para obter conteúdo jornalístico, assim como o desafio de obter recursos para enviar uma equipe à vegetação. Por fim, disse que a grande mídia exerce um trabalho sazonal na Amazônia, ou seja, reporta apenas acontecimentos grandes e depois a floresta “entra em esquecimento”, explicou.

A peruana Nelly Luna apresentou as funções de sua empresa, a qual visa investigações jornalísticas em áreas regionais, nacionais e entre fronteiras. O Ojo Público pretende acabar com o estereótipo dos indígenas e obter uma visão intercultural, por meio da incorporação das vozes das minorias. Além disso, trouxe um ponto semelhante ao de Kátia, dizendo que “é importante conhecer os processos de comunicação e entender a autoridade indígena, para não invadir o território deles”, ao comentar sobre as apurações na Amazônia.

Indígena da família Manchineri, Toya apresentou desafios de sua realidade na Floresta Amazônica, como os projetos de pecuária extensiva da década de 1970, a danificação ecossistêmica da construção da usina hidrelétrica de Belo Monte e a atual política governamental. Segundo Toya, além da fraqueza do Ibama, o governo federal não exerce muita fiscalização à crimes ambientais e incentiva a interferência ilegal na vegetação.

Foto: Rafael Saldanha
Debatedores no painel “Desafios na Amazônia”

Sábado (7/11)

 

Na tarde do sábado, o evento propôs um Lightning Talk, apresentado por Adriano Costa. Neste espaço, os participantes apresentaram, em 15 minutos, seus trabalhos e projetos.

A primeira foi Ana Paula Gomes, fundadora do Dados Abertos de Feira, explicando que seu projeto tem como objetivo divulgar dados sobre a cidade de Feira de Santana (BA) para a população. Segundo ela, a imprensa local evita confrontar os dados dos órgãos públicos. “Atuamos em várias frentes: coleta e análise de dados públicos e disponibilizar para as pessoas. Monitoramento (portal de transparência da prefeitura). Produção de conteúdo.  Precisamos educar as pessoas a se engajar na luta pela busca de dados. Controle social, bases de dados disponíveis, denúncias, temas importantes para a população”, completou.

Ana disse que o objetivo do projeto é tornar a cidade referência no tema de transparência e dados abertos para outros municípios.

O seguinte a apresentar foi Cristiano Silva Martins, jornalista e criador do site coronavírus-MG.com.br. Criou para abrir e compartilhar dados da pandemia nos municípios de Minas Gerais. Cristiano contou que o site teve origem pois os dados da pandemia eram divulgados por pdf, e como MG é o estado com mais municípios no país, o site veio com o objetivo de tornar a divulgação de dados mais simples e mais acessível.

 

O terceiro projeto foi o de Maria Martha Bruno de Arruda, da revista Gênero e Número. O projeto Pesquisa Sem Parar revelou os resultados de uma pesquisa com mais de 2600 mulheres brasileiras aplicada por formulário on-line entre abril e maio de 2020. A pesquisa demonstra, em dados e relatos, impactos do contexto de isolamento social na crise da saúde para a vida das mulheres, considerando desigualdades de raça.

Alguns dados foram destacados como:

– 50% das mulheres passaram a cuidar de alguém na pandemia.

– A maior parte era trabalho não remunerado.

– 50% das mulheres que ficavam em casa para cuidar de alguém eram negras.

Poliana Cavalcanti apresentou seu projeto de Jogo do Bicho, o maior e-Sport do Brasil, de forma mais curta e ilustrativa, apontando fatos interessantes sobre esse jogo secular, como: o jogo do bicho é um dos assuntos mais pesquisados e procurados em todo o país. Na era digital, o jogo de bicho teve quase 2 milhões de downloads de apps para celular. Poliana também comentou que o Jogo do Bicho está seguindo e se adaptando às inovações tecnológicas, à medida que surgem Podcasts e Tik Toks sobre o assunto.

O último projeto da noite foi de Rodrigo Cunha, sobre visualização háptica, a ciência de representar abstratamente a informação, utilizando a percepção tátil ou dispositivos de retorno de força. O projeto de pesquisa de Rodrigo é desenvolvido em conjunto com a Universidade Politécnica de Madrid e tem como objetivo tornar o jornalismo de dados mais acessível para o público com deficiência visual, criando iniciativas com os veículos de comunicação para tornar as informações mais acessíveis, narrando fatos e apresentando mais gráficos sobre determinados assuntos.

Para finalizar o evento, o Prêmio Cláudio Weber Abramo de jornalismo de dados, apresentado por Angelina Nunes (conselheira da Abraji), pelo YouTube. Foram separadas quatro categorias, cada uma com três matérias de diferentes veículos, e somente uma de cada categoria sendo premiada.

A primeira categoria premiada foi de investigação, na qual estavam concorrendo matérias do G1, Repórter Brasil e o vencedor, da revista Época, a matéria de Rafael Soares (Como morre um inocente no Rio de Janeiro) que conta o relato de uma família que teve um de seus integrantes mortos pela polícia militar, no Rio.

A segunda categoria foi a de visualização, que teve como participantes matérias do Estadão, InfoAmazônia e a vencedora, do Nexus, assinada por Estevão Bertoni (O cálculo de uma tragédia), que fala sobre os números de casos do coronavírus no Brasil e conta com várias ilustrações, dados e gráficos interativos.

Inovação foi a terceira categoria, participando matérias do InfoAmazônia, Aos Fatos e o vencedor, do grupo AzMina, com a matéria “Elas no Congresso”, onde foi criada uma plataforma de monitoramento dos direitos das mulheres no poder legislativo.

A última categoria foi de dados abertos, com matérias do Fiquem Sabendo, The Intercept Brasil e a vencedora, Correio nas escolas, do jornal Correio Braziliense, que apresenta um mapa interativo com vários dados das escolas municipais do Distrito Federal.

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