Cidade de São Paulo já registra mais casos de dengue do que todo o ano de 2013
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O balanço divulgado no dia 23 de abril pela Secretaria Municipal da Saúde relevou que a cidade de São Paulo registrou mais casos de dengue, até a data do anúncio oficial do estudo, do que em todo o ano de 2013. De janeiro até agora foram confirmados mais de 3.050 casos, já em todo ano de 2013, 2.617.
No entanto, a capital paulista vai contra os números nacionais. No Brasil, o primeiro trimestre de 2013 registrou 922 mil casos de dengue, enquanto no mesmo período de 2014 foram registrados 215 mil. O estado de São Paulo também segue o fluxo brasileiro: entre janeiro e fevereiro deste ano foram registrados 5.321 casos, enquanto no mesmo período do ano passado, 38.945. Uma redução de 86%.
Os estados do sudeste, principalmente São Paulo e Minas Gerais, são responsáveis por 87% dos casos graves de dengue do País.
O LIRAa (Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti) realizado em 1.315 municípios no ano de 2013, constatou que 633 destes estão em situação satisfatória, 525 em situação de alerta e 157 municípios estão em situação de risco.
Dia 4 de maio de 2014 foi divulgado o último levantamento do LIRAa, realizado entre os dias 24 e 28 de março por 80 agentes que vistoriaram aproximadamente cinco mil casas. Nesse estudo, 7% das residências tinham foco de dengue. Em São Paulo esse número é ainda mais expressivo: 9,4%, liderando a lista.
Segundo esse mesmo relatório, a maior quantidade de focos de dengue estão dentro de casa. Os ralos e os pratos de plantas concentram 43,3% e 23% dos pontos críticos, respectivamente.
Focos
Três bairros de São Paulo concentram 37% dos casos de dengue da cidade. Jaguaré, Rio Pequeno e Lapa, todos na zona oeste. Vila Mariana, zona sul, também preocupa com 9% dos casos.
Em Jaguaré, de acordo com o balanço da prefeitura, a cada 100 mil habitantes há 1.100 casos de dengue. O distrito tem apenas 0,44% da população paulistana e 16% de todos os doentes. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 300 casos a cada 100 mil habitantes é o máximo aceitável.
No dia 2 de abril em Jaguaré, um menino de seis anos foi a primeira vítima fatal da dengue confirmada pela Secretaria de Saúde.
Mosquitos transgênicos
A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou dia 10 o pedido de liberação do comercial dos mosquitos transgênicos da dengue desenvolvido por uma empresa britânica chamada Oxitec. Os mosquitos são modificados para serem estéreis. Assim, ao copularem geram descendentes que morrem ainda na fase larval. Como somente as fêmeas têm a capacidade de transmitir a dengue, a empresa britânica produzirá apenas mosquitos machos.
Testes feitos em 2011 diminuíram em 90% a incidência da doença em dois bairros da cidade de Juazeiro na Bahia. A fábrica da Oxitec fica em Campinas e tem a capacidade de produzir dois mil mosquitos transgênicos por semana.
ESPM-SP
A ESPM-SP adota diversas ações no combate à dengue. Segundo a coordenadora de administração interna da ESPM-SP, Karen Dalla, a instituição recebe visitas da prefeitura e contrata serviços terceirizados para combater o mosquito.
Os principais focos do Aedes aegypti, ralos e pratos dos vasos das plantas, recebem atenção extra. É aplicado cloro periodicamente nos ralos espalhados pela escola e areia é colocada nos pratos dos vasos para evitar o acúmulo de água.
Além dessas medidas, outras ações são tomadas. Dentre elas:
- Substituição das plantas que acumulam água pelas que não acumulam;
- Manutenção em todo o jardim para evitar possíveis focos do mosquito;
- Serviço de controle de pragas mensalmente e, há cada seis meses, serviço de pulverização interna e externa contra mosquitos;
- Orientação periódica com toda a equipe de limpeza, jardinagem e terceiros (cantinas e restaurantes dentro da instituição) sobre o assunto.
Fenando Turri (1º semestre)