Brechós e feiras de troca estimulam olhar diferente sobre a moda em São Paulo

Projeto Gaveta reúne 200 pessoas em evento de troca de roupas em São Paulo – SP. (Foto: página do Instagram do Projeto)

Uma onda de brechós e eventos de troca em São Paulo tem agradado não só aqueles que fazem parte do ramo da moda, mas também aqueles que consomem roupas de grandes marcas a baixo preço. O Projeto Gaveta é uma destas ações, um movimento que incentiva moda sustentável e diversificada, promovendo espaços para que as pessoas possam trocar peças de roupa que não as interessam mais por peças que possam inovar seu guarda-roupa.

Idealizado por Giovanna Nader e Raquel Vitti Lino, o projeto começou com uma troca de roupas entre amigas que resolveram expandir e criar, em 2013, um evento de troca de roupas em São Paulo, que contou com 75 pessoas logo na primeira edição. Formada em administração pela ESPM-SP e pós-graduada em branding pela Universitat Pompeu Fabra (Barcelona), Giovanna acredita que a importância de um projeto como esse é o movimento sustentável, uma vez que a indústria da moda é uma das que mais polui, e a reutilização ajuda para a não produção de lixo nesse ramo.

Além disso, a idealizadora acredita ser esse um motivador para que as pessoas reflitam sobre o consumo desenfreado para estar na moda e possam enxergar seus guarda-roupas de uma maneira diferente. “Você pode usar uma roupa que pode ser velha para o outro, mas que para você pode ser nova e tirar o preconceito da roupa usada, tudo isso sem gastar nada”. Os eventos organizados pelo projeto costumam juntar entre 100 e 200 pessoas interessadas em trocar peças que não usam mais.

Giovanna Liparelli, estudante do 3º ano do Ensino Médio, começou há um ano ir com seus amigos a brechós e nunca mais parou. Além de brechós físicos, a estudante passou a frequentar brechós online e eventos que reúnem vários em um lugar só e afirma que a maior vantagem de comprar roupas nesses lugares é a variedade de peças disponíveis, além da exclusividade e originalidade das roupas.

Segundo Giovanna, as lojas de fast fashion não conseguem capturar a essência das roupas vintage e isso é o que coloca os brechós em alta atualmente. “Nos brechós, a gente acha peças únicas e que realmente são vintage, seja de marca ou não. As peças acabam tendo o seu valor pelo estilo, que é difícil encontrar em loja de shopping”, afirma.

Apesar de ainda existir o preconceito por parte das pessoas em usar roupas usadas, a estudante ainda destaca que, hoje em dia, os jovens já aceitam mais essa prática e o que falta é a divulgação dos espaços físicos. Veja a seguir a agenda de um desses eventos:

Serviço

Evento:  2 Dias de Brechó Descolado

Quando: 28 e 29 de outubro

Local: Armazém da Cidade Vila Madalena

Endereço: Rua Medeiros de Albuquerque, 270, São Paulo

Por Nathalia Oliva (2º semestre)