Biblioteca Viriato Correia sedia evento sobre Cervantes

Dom Quixote, o personagem mais conhecido do autor

No dia 29 de setembro, às 15h, a biblioteca Viriato Corrêa, na Vila Mariana, em São Paulo, sediará o debate Quixotes. O evento ocorre no dia do aniversário de Miguel de Cervantes, escritor de Dom Quixote de La Mancha, e pretende debater a influência de Cervantes em áreas como jornalismo e literatura.

A discussão contará com a participação de especialistas em literatura, como Rubia Prates, tradutora e doutora em Literatura Espanhola; do tradutor Sérgio Molina, cuja tradução para a primeira parte de Dom Quixote foi premiada com o Jabuti de 2004; e Ricardo Lisias, escritor e ganhador da Copa de Literatura Brasileira 2010 / 2011 com O Livro dos Mandarins.

O encontro será mediado por Manuel da Costa Pinto, jornalista, crítico literário e colunista do jornal Folha de S.Paulo, e terá intervenção do ator e músico e Carlos Careqa, que irá interpretará trechos da obra de Cervantes.

Obra inspirada em Quixote, o cavaleiro imortalizado na obra de Cervantes

“É questão de repertorio para estudantes e também de interesse da arte em geral porque D. Quixote é um representante da arte”, afirma Eduardo Muneratti, professor de Língua Portuguesa da ESPM, ressaltando a importância do evento.

O escritor e sua obra

Para Muneratti, Quixote é um clássico literário. Ele observa que se trata de um registro eterno no espaço e no tempo. Escritor marcante, a obra de Cervantes é considerada uma das mais importantes da literatura mundial. Sua influência na língua castelhana foi tão grande que é comumente chamada de “la lengua de Cervantes” (a língua de Cervantes).

Segundo informações disponíveis no site Cervantes Virtual, o autor nasceu na Espanha em 1547, cresceu na cidade de Valladolid e realizou os estudos em Madri e Sevilha.  Serviu, a partir de 1569, como soldado na Itália. Em 1571 foi à luta na Batalha de Lepanto contra os turcos e feriu-se de forma que seus movimentos ficaram limitados. A partir desse acidente, ficou conhecido como “o manco de Lepanto”.

Em 1585, Cervantes estreou na literatura com a novela La Galatea, mas não conseguiu sobreviver da arte. Por conta disso, assumiu o cargo de cobrador de impostos do governo, sendo, anos depois, acusado de se apropriar de uma fração da renda arrecadada. Na prisão, ele iniciou o projeto de seu futuro clássico, Dom Quixote de La Mancha.

Em 1605 foi publicada a primeira parte de sua obra prima, O Engenhoso Fidalgo Dom Quixote de La Mancha. Em 1614, apareceu uma falsificação do seu livro, uma suposta sequência, escrita por Alonso Fernández de Avellaneda. Independentemente disso, Cervantes lançou uma continuação de história: O Engenhoso Cavaleiro Dom Quixote de La Mancha.

De acordo com informações publicadas em Cervantes Virtual, o autor morreu em 1616, mas sua obra permanece viva. “Quixote foi base para o romantismo e a própria idealização herói”, afirma Muneratti.