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Aula magna de Jornalismo e de RI debate Trump e geopolítica

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Guga Chacra (no telão), Alexandre Ratsuo Uehara (à esquerda), Maria Elisabete Antonioli (meio) e Leonardo Trevisan (à direita) compõem aula magna dos alunos de Jornalismo e de RI. Fotos: Cecília Carrilho e Henrique Campos Guerra

Texto: Júlia Peres (2º semestre). Fotos: Cecília Carrilho e Henrique Campos Guerra (5º semestre)

Na última terça-feira (18), ocorreu a Aula Magna para os cursos de Jornalismo e Relações Internacionais da ESPM-SP, com o tema “Brasil e Mundo: repercussões do Governo Trump e a cobertura jornalística”. O evento contou com a presença dos jornalistas Guga Chacra, correspondente internacional da Globo News, e Patrícia Campos Mello, repórter especial da Folha de S. Paulo. Realizada no Teatro ESPM, do Campus da rua Álvaro Alvim, a aula de abertura foi mediada pelo professor Leonardo Trevisan, e a participação dos coordenadores Alexandre Ratsuo Uehara, de RI, e Maria Elisabete Antonioli, de Jornalismo.

A palestra começou com uma discussão sobre a cerimônia de posse de Donald Trump, na qual estavam presentes os seis maiores donos de Big Techs (empresas de tecnologia e comunicação dos EUA). “Quem manda em quem?”, questionou o professor Trevisan aos jornalistas, em relação ao presidente dos EUA e os CEOs.

Guga Chacra fez uma análise sobre a presença de Elon Musk no governo, acreditando que ele tenha “poderes quase supremos” no atual governo. Para Chacra, Musk vai além da desregulamentação das redes: “Historicamente, os EUA sempre tiveram grandes grupos financeiros que tentaram interferir. Mas o Musk quer transformar os EUA de uma maneira diferente dos outros empresários”, explicou.

Já Patrícia Campos Mello destacou a narrativa de Trump, à qual chamou de “genial”, pois “implicou uma narrativa que ele ganhou de lavada”, mas que na realidade sua vitória no voto popular não foi tão expressiva assim. A jornalista também comentou sobre a postura dos democratas após a eleição, comparando com os protestos contra Trump em 2016. “Agora, a oposição democrata está mais muda”, observou.

Patrícia Campos Mello também trouxe uma reflexão sobre a liberdade de expressão no atual cenário político dos EUA, com a presença de Trump e dos CEOs das Big Techs. Ela questionou o conceito defendido por esse grupo, afirmando que ele é “bem particular e depende de quando e como convém”. Ao relacionar isso com o Brasil, ela questionou o que aconteceria no governo Trump se Bolsonaro fosse preso.

Guga Chacra complementou o argumento de Mello, ressaltando o empoderamento de Trump na eleição de 2020, embora a diferença de votos entre ele e Kamala Harris tenha sido pequena. Sobre a relação de Trump com presidentes mundiais, Chacra afirmou: “Ele admira figuras como Putin (Rússia) e Xi Jinping (China), não figuras como Milei (Argentina) e Bolsonaro (2019-2022), que ele enxerga como fãs”.

Após uma análise sobre outros conflitos mundiais e as consequências da presidência de Trump, o professor Trevisan questionou sobre a relação de Trump com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN): “Continua existindo a OTAN se os EUA saírem dela?”. Guga respondeu que Trump quer transformar a OTAN para alinhar mais com suas ideias e permitir que a extrema-direita domine a Europa.

Após uma reflexão sobre o papel das figuras políticas globais, tanto Patrícia quanto Guga expressaram em seus discursos uma mensagem de esperança para os EUA e para o cenário internacional.

A aula terminou com uma interação entre Guga e os alunos, respondendo perguntas, especialmente sobre como se tornar um correspondente internacional. Guga recomendou que os futuros jornalistas passem um período no exterior, seja viajando ou estudando. Também aconselhou a conhecer melhor a Ásia e a África para entender melhor as questões internacionais.

Aula Magna Guga Chácra e Patrícia Campos Melo
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