Whatsapp ganha força no mercado de aplicativos para celular

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Logo do aplicativo

Com a popularização dos smartphones, a comunicação por telefonia móvel ganhou um impulso e tanto: utilizando o plano de internet do próprio aparelho, aplicativos permitem que a troca de mensagens entre amigos e familiares seja realizada gratuitamente.  Assim funciona o Whatsapp, que conquistou milhares de usuários por meio de mensagens ilimitadas, com troca de imagens, vídeos e áudios, deixando para trás as operadoras de telefonia e as mensagens SMS. Hoje, o aplicativo é um dos líderes do segmento: a empresa que o detém, sediada na Califórnia, processou 18 bilhões de mensagens por dia em janeiro de 2013; nos aparelhos Android, do Google, já foram registrados mais de 100 milhões de downloads do programa.

Hernani Dimantas, escritor e coordenador do laboratório de Inclusão Digital e Educação Comunitária da Escola do Futuro da USP, afirma que o aplicativo tem três vantagens centrais: gratuidade, inteligência e velocidade. “Dá pra saber se a outra pessoa recebeu a mensagem enviada, se ela está online, quando esteve. Pode-se manter um bate-papo permanente. Além do que, em quase toda parte, falando de São Paulo, as pessoas têm uma rede wi-fi disponível”, diz. Quanto ao SMS, Dimantas é categórico: “é um produto já obsoleto”. Mas há concorrentes para o aplicativo já no mercado. “O chat do Facebook também deve crescer, assim como o Viber, que faz chamadas telefônicas gratuitas usando conexões de internet. Mas ainda é mais pesado, trava mais”, argumenta.

O Whatsapp permite que até a conversa mais curta seja realizada em tempo real, tornando a redução de custos na conta do celular automática. “Eu só preciso pagar R$ 0,50 por dia para usar a internet, e mando mensagens ilimitadas. Mas se eu fosse mandar mensagens de texto por SMS, eu pagaria R$ 0,30 por cada uma delas”, diz Beatriz Nobumoto, estudante da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, que usa o aplicativo para se comunicar com amigos e o namorado.

Guilherme Messias, estudante de arquitetura da mesma universidade, diz que, por passar o dia inteiro fora de casa, usa o aplicativo para se comunicar com quem precisa a qualquer hora. “O aplicativo é de graça em termos. Você deve pagar o uso da internet para poder usar, mas, depois disso, você pode falar com qualquer pessoa e ainda mandar imagens – o que sairia muito mais caro com o SMS”, afirma.

O principal rival do Whatsapp, hoje, é o Facebook, que também possui um serviço popular de envio de mensagens. A possibilidade de conversas instantâneas se torna mais atraente do que o feed de notícias da rede social. Porém, a rede de contatos ainda é limitada, quando ligada ao arquivo do próprio aparelho móvel. “Por um lado, você tem a mobilidade do celular, mas pelo outro você não tem todos os seus 500 amigos do Facebook na agenda”, pondera a estudante Bruna Novais, que utiliza os dois serviços.

Lançado em 2010, o Whatsapp atrai principalmente a atenção dos jovens. Muitos daqueles que são adeptos ao uso de SMS e ligações não adotam o aplicativo. Além disso, há um bloqueio para o tipo de aparelho celular que se tem.  “Não são todos os celulares que podem ter esse aplicativo. Somente smartphones com internet, e isso acaba sendo um fator limitante”, completa Guilherme Messias, que não se comunica com seus pais por meio do aplicativo. “Minha mãe não tem Whatsapp. Ela usa muito o SMS, mas não saberia lidar com o aplicativo. Dá somente para atingir um público mais jovem”, acredita.

Bianca Giacomazzi (1º semestre)