Parada do Orgulho LGBT modifica rotina da região

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A Avenida Paulista está preparada para manifestação. Foto: Débora Brotto

A 17ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, que ocorre todos os anos, será no próximo domingo, 2 de junho, a partir das 12h na Avenida Paulista. O tema será Para o Armário nunca mais: união e conscientização. Por conta do evento, a região da Vila Mariana e imediações vão ter sua rotina modificada.

Moradora da Vila, Isabela Nascimento vai pela primeira vez à Parada. “Apesar de meus amigos morarem longe, irão para minha casa e iremos juntos”, diz. Por causa da proximidade, ela irá a pé até a concentração onde seguirá com a manifestação. “O evento mudará o dia na região. O metrô com certeza estará lotado”, explica Isabela.

O diretor da Associação da Parada do Orgulho GLBT (APOGLBT), Nelson Matias, em coletiva à imprensa, disse que o objetivo deste ano é alertar os anacronismos em relação às conquistas da comunidade gay, segundo o G1. “Vivemos uma época de retrocesso. Estado laico é colocado em dúvida. Não só os LGBTs, mas todos têm de lutar contra isso”, contou.

Feliciano

O último trio elétrico a desfilar será em protesto contra o deputado federal pelo PSC, Pastor Marco Feliciano. “Não é só contra o Feliciano, é contra todos aqueles ‘infelicianos’ que insistem em julgar os direitos dos outros em detrimento da sua heterossexualidade”, explicou Matias.

Estudante de relações internacionais, Rafael Trindade, que mora na região da Avenida Paulista, diz que o debate de ideias é uma característica muito importante da democracia. Mas conta que não costuma participar de protestos. “Apesar de não participar, vejo Feliciano como uma representação de diferentes opiniões na sociedade, o que não pode ser desconsiderado”, diz.

Caique Gustavo Batista, morador da zona norte, diz que vai à Parada para divertir-se com os amigos e participar do ativismo contra o Feliciano. “Ele representa todos os valores que a comunidade LGBT luta pra mudar: estímulo ao preconceito e a diferença frente à falta de políticas mais efetivas em relação às minorias”, explica.

Batista diz achar a manifestação muito oportuna, já que é um grande evento. “Fazer uma manifestação pública é o jeito mais forte de expressar a nossa insatisfação e tentar mover a sociedade em favor da causa”, declara.

Os moradores da Vila Mariana que tiverem o interesse de ir até a Parada têm como opção o uso do metrô. Quem estiver perto da estação Paraíso tem a opção de ir a pé. A marcha partirá do Museu de Artes de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, e se encerrará na Praça Roosevelt, no centro da cidade.

Débora Brotto (1° semestre)