“O pessoal da ESPM e da Belas Artes dá valor para o artesanato”, diz artista

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Parte das bijuterias em couro produzida por Caruso, que expõe sua arte na rua Dr. Álvaro Alvim. Foto: Fernanda Botteghin

 

“Eu já estava saturado de ter horário, de ter chefe, de estar sempre vivenciando as mesmas coisas”, afirma Alexandre Caruso, de 38 anos. Ele mora na rua Sud Mennucci, na Vila Mariana, e se envolveu com a produção manual de bijuteria em couro para fugir da rotina.

Um dos principais pontos que ele usa para a exposição dos seus produtos é a rua Dr. Álvaro Alvim, na zona sul de São Paulo, onde ficam a ESPM e o Centro Universitário Belas Artes. Caruso também apresenta seus produtos na rua Augusta e na Avenida Paulista.

Ele diz ter uma relação muito boa com seus clientes. “Tenho clientes que me fazem encomendas, que me ligam para saber se tem alguma coisa nova, que pedem para eu levar o mostruário em suas casas”, completa. Segundo ele, a amizade que constrói com a clientela é devido à qualidade de seu trabalho.

Formado em artes gráficas, Caruso pretende cursar outra faculdade. Foto: Fernanda Botteghin

Caruso afirma ainda que a rua onde ficam a ESPM e o Centro Universitário Belas Artes é um dos melhores locais em que já expôs seus produtos. “Parece que o pessoal da ESPM e da Belas Artes dá valor para o artesanato. Eles se identificam com coisas feitas à mão”, diz, referindo-se aos jovens que estudam nessas instituições.

Vida pessoalO artesão é formado em artes gráficas. “Eu usei o design que aprendi a fazer no computador, com formas geométricas, e apliquei no couro. Isso desenvolveu em mim uma habilidade que eu não sabia que tinha”, conta.

Caruso começou a mexer com artesanato fazendo acabamento das peças de um outro artista. Foi aí que percebeu que tinha aptidão para confeccionar seus próprios produtos. Hoje, gerenciando seu negócio, o artista diz que os gastos mensais com a matéria-prima das bijuterias que vende é, em média, 300 reais. Já o lucro, pode variar entre R$ 1.500 e R$ 2 mil.

Apesar de já ter uma formação superior, para ele, todo o aprendizado que puder acrescentar em sua vida é válido. “Queria cursar alguma coisa além do que eu sei. Alguma coisa relacionada às artes”, relata.

Fernanda Botteghin (1º semestre)