“Faroeste caboclo” vem na esteira de obras musicais no cinema brasileiro

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Reprodução do cartaz

Inspirado em uma famosa canção da Legião Urbana, lançada em 1987 e conhecida por sua narrativa complexa, de nove minutos de duração, o filme “Faroeste Caboclo” tem estreia prevista para esta quinta-feira (30) e promete levar às salas do circuito comercial fãs de longa data do grupo de Brasília (DF), liderado pelo cantor e compositor Renato Russo.

Sob a direção de René Sampaio, o longa tem em seu elenco Isis Valverde e Fabrício Boliveia e segue à risca a história criada por Russo, que aborda a vida de um jovem pobre e sua trajetória tortuosa rumo à (e na) capital federal.

Nos últimos dois anos, outros longas-metragens de conteúdo musical têm surgido no cinema brasileiro – inclusive sobre a própria Legião Urbana. É o caso de “Somos tão Jovens”, recém-lançado, que atraiu um milhão de telespectadores em dez dias para contar a história de Renato Russo antes do sucesso do grupo. “O filme mostra um período curto da vida de Renato. Foi bem feito, porém são só quatro anos. Achei meio decepcionante”, comenta Pedro Neves, estudante de jornalismo e fã da banda. Outro exemplo, “O início, o fim e o meio”, lançado em 2012 e com a direção de Walter Carvalho, conta a história do astro do rock Raul Seixas.

Antônio Carlos Leal de Moraes, também conhecido como Ninho Moraes, diretor do documentário “Futuro do Pretérito: Tropicalismo Now!”, acredita que o movimento atual decorre do atraso dos cineastas brasileiros em registrar histórias de seus ícones musicais. “’Basta ver que a bossa nova quase não foi filmada. E o pessoal do Cinema Novo estava morando no mesmo ‘bairro’”, diz o diretor, cineasta e jornalista.

Segundo Moraes, a influência da televisão e a participação dos grupos de comunicação do País no resgate da memória cultural são outra fonte de impulso. ”A TV Globo, de uma maneira ou de outra, também ajudou muito com inúmeros especiais musicais e documentários que merecem resgate, como o programa ‘Chico e Caetano’”, diz Ninho.

Outras estreias do mesmo gênero são previstas para os próximos meses. Esse é o caso do documentário sobre a vida e morte da cantora Amy Winehouse, que será comandado pelo mesmo diretor de “Senna” (2010). A cantora morreu aos 27 anos, em 2011, e deixou um importante legado para o rhythm n´blues do século XXI.

Assista ao trailer de “Faroeste Caboclo”.

Catharina Obeid (2º semestre)