Oscar 2021 preza pela diversidade e quebra recordes

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Carolina Vieira (3º semestre) e Pedro de Sales (2º semestre)

Na noite de domingo (25) aconteceu a 93ª cerimônia do Oscar, a maior premiação do mundo cinematográfico. Com diversas adaptações devido à pandemia do coronavírus, a cerimônia contou com a participação de atores, diretores e produtores de Hollywood em um evento diferenciado e totalmente fora do modelo tradicional apresentado nos últimos 92 anos.

Para comemorar o cinema em 2021, a produção do Oscar preparou o evento seguindo medidas rigorosas de saúde, para proteger os participantes. A preparação começou semanas antes da cerimônia, com testagem dupla de todos convidados. Para entrar no evento, todos mediram a temperatura e receberam rastreadores para o controle de aglomerações no Dolby Theater, local onde aconteceu parte da cerimônia. Além disso, o uso de máscaras era obrigatório durante os intervalos da programação, durante a transmissão da celebração todos podiam ficar sem o objeto.

Com o objetivo de deixar o cenário inusitado, em referência ao formato dos filmes, os produtores da premiação decidiram dividir a festa em dois locais: o tradicional teatro Dolby e a estação de trem Union Station. O segundo já foi cenário de diversos longas-metragens, uma forma de lembrar os convidados de que estavam vivendo o mundo do cinema.

A cerimônia não decepcionou nos recordes históricos quebrados e abertos. A diretora do filme “Nomadland”, Chloé Zhao, venceu o prêmio de melhor direção, sendo a segunda mulher e a primeira não branca a conquistar a estatueta na história da premiação. Um fato curioso é que o nome da diretora desapareceu das redes sociais da China após a vitória e a imprensa do país também permaneceu calada.

A atriz Frances McDormand, também do filme “Nomadland”, venceu na categoria de Melhor Atriz. Ela também é produtora do longa, que venceu como Melhor Filme. Com a vitória, ela se igualou a Meryl Streep, com três estatuetas na categoria principal de atuação. Dessa forma, McDormand se consagra como um dos maiores nomes de Hollywood.

Uma das surpresas da noite foi a vitória do ator Anthony Hopkins na categoria de Melhor Ator por seu papel em “Meu Pai”. Havia uma alta expectativa da Academia dar o prêmio póstumo para o ator Chadwick Boseman, como uma homenagem, mas Hopkins levou a estatueta. Em um vídeo postado no Instagram, Hopkins prestou sua homenagem ao protagonista de Pantera Negra. “Eu gostaria de homenagear Chadwick Boseman, que nos deixou cedo demais, e novamente, muito obrigado”.

Na categoria ator coadjuvante, Daniel Kaluuya se consagrou com o prêmio por sua atuação em “Judas e o Messias Negro”. Em um breve discurso agradecendo sua família, o ator celebrou o reconhecimento da academia por seu trabalho. Já na categoria atriz coadjuvante, a sul-coreana Youn Yuh-jung venceu pela sua performance em “Minari” e conquistou a audiência com um discurso hilário.

Um dos discursos mais emocionantes da noite foi o do diretor Thomas Vinterberg, vencedor do prêmio de Melhor Filme Internacional por “Druk – Mais uma rodada”. O dinamarquês não conseguiu conter a emoção ao homenagear a filha, que morreu, pouco antes do início das filmagens, em um acidente de carro. “Acabamos fazendo esse filme para ela, é um tributo a ela. Talvez você esteja mexendo os pauzinhos em algum lugar, não sei. Mas este prêmio é para você”, discursou emocionado.

Apesar de ser a mais famosa e tradicional premiação de Hollywood, os números não foram satisfatórios. A audiência foi a pior da história, com apenas 9.85 milhões de telespectadores. No ano de 2020, a cerimônia obteve mais de 23 milhões.