Mulheres superam tabu e investem na paixão por futebol

Share

Mais um clichê está caindo em desuso: “Futebol é coisa de homem”. O número de mulheres que acompanham algum esporte, principalmente o futebol, é cada vez maior. Blogueiras, comentaristas da televisão e das mídias digitais, além de inúmeras torcedoras fanáticas, representam o sexo feminino num ambiente que, antes, era formado principalmente por opiniões dos homens. Para além de cabelo, maquiagem e roupas, as mulheres têm visões a compartilhar – em especial, sobre o esporte líder do Brasil. E isso vai muito além de saber o que é um impedimento.

Marília Ruiz na ocasião em que deu entrevista ao programa ESPM Repórter dos alunos do primeiro semestre. Foto: Lara Santos

Marília Ruiz, jornalista e comentarista esportiva, argumenta que não deve haver distinção por gênero nas esferas profissionais. “O objetivo tem de ser o exercício do jornalismo com competência e dedicação. Jornalista é um substantivo que funciona com artigo definido feminino e masculino – é uma enorme bobagem qualificar o trabalho de alguém pelo sexo”, completa. Quanto ao preconceito, Marília admite – e lamenta – sua existência, mas acredita que as mulheres estão ganhando cada vez mais espaço. “O campo é machista, mas não é proibido”, enfatiza.

Idas aos estádios e tardes de domingo acompanhando jogos pela televisão – com direito a opiniões apaixonadas sobre cada lance – são uma pequena parte das atitudes que as mulheres tomam para derrubar o preconceito. “O ambiente é muito machista, ainda somos motivo de piada para os homens. Entretanto, ao frequentar o estádio, as mulheres  são respeitadas, o que me leva a crer que, no fundo, eles não têm ou não demonstram preconceito”, diz Julia de Caro, corintiana e estudante de Nutrição na Universidade de São Paulo (USP).

Arte: Thor Megiolaro

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Na televisão, o tabu já é coisa do passado. Programas de várias emissoras, como Globo e Record,  já têm importantes figuras femininas como apresentadoras. “A presença de mulheres nas bancadas dos programas fortalece nossa posição no esporte e mostra que também podemos entender do assunto”, completa Julia. Entre os homens, a opinião feminina é considerada importante. André Tiê Franco de Moraes, palmeirense e estudante de História da USP, diz que “esporte é uma coisa convencional, e as mulheres são gente normal, com capacidades iguais às de um homem”. “Apesar de a opinião ser majoritariamente masculina, elas têm o mesmo potencial de falar sobre o que entendem e o que lhes interessa”, afirma.

Bianca Giacomazzi (1º semestre)