Há 35 anos no bairro, casal fala sobre o dia a dia: “nossa vida está na Vila Mariana”

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Elmodan e Neusa reconhecem aspectos positivos da região, mas sugerem mudanças. Foto: Marina Bianchi

Neusa Galvão Ribeiro, nascida na Vila Maria, e Elmodan Alcântara Ribeiro, nascido no Nordeste do Brasil, formam um casal apaixonado que reside na Vila Mariana. “Nós nos conhecemos na igreja quando eu tinha 11 anos e ele, 17. Fomos nos vendo e conversando. Começamos a namorar e quatro anos depois casamos”, conta a esposa.

“Com dez meses de casados, tivemos o primeiro filho. Com vinte anos de casamento, já tínhamos três filhos. Depois, mudamos pra Vila Mariana porque ele trabalhava por aqui”, completa a senhora.

“Trabalhei 22 anos aqui e resolvemos nos mudar para cá. Moramos em dois lugares antes do nosso apartamento atual e, ao todo, estamos no bairro há 35 anos”, diz Elmodan, referindo-se à Vila Mariana.

Para o casal, o benefício de morar na Vila é que no bairro encontram tudo que precisam. “Optamos por não dirigir mais, já fazem três anos que não temos carro. Aqui é mais fácil o acesso para metrô, ônibus, pronto-socorro, supermercado. Nossa vida toda está na Vila Mariana”, avalia Neusa.

Mudanças

Eles afirmaram que desde que mudaram para o bairro não houve grandes melhoras na região.  A primeira coisa que Neusa mudaria seriam as calçadas que, segundo ela, são cheias de degraus. “Já falei até com o subprefeito, mas não adiantou nada”.

Outro desejo deles é uma praça nas imediações da rua onde moram, para poderem fazer caminhadas. “Nesse pedaço não temos nada. Se queremos fazer exercício, temos que descer até a Avenida dos Imigrantes. Precisamos andar quase meia hora para ter acesso a uma praça”, lamenta a senhora.

Com tantos anos juntos e vivendo as mesmas experiências, o casal já sabe como lidar um com o outro para serem felizes. “A vida de casado é interessante porque um ou outro tem que ceder. Ela tem um temperamento forte e eu sou meio lento. Quando acontece alguma coisa na vida, a gente tem que ceder e assim vamos vivendo”, considera Elmodan.

Mesmo que no começo seja difícil se adaptar às diferenças de gênios, ceder um pouco sempre é a melhor alternativa para ficarem bem. “A gente deixa muitos sonhos e objetivos para trás. Eu, por exemplo, casei muito nova e não pude estudar. Mas o que importa é que tivemos filhos maravilhosos e todos estão bem e casados”, conta Neusa. “Tudo isso valeu a pena”, declara.

 

Marina Bianchi (1° semestre)