Futebol feminino permanece em segundo plano

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A camisa 10, Marta, no Quarto Torneio Internacional. (Foto Gustavo Tomazeli)

 

O futebol feminino no Brasil já obteve resultados expressivos nas duas principais competições que disputa: em 2007, alcançou posição de vice-campeão mundial e, nas Olimpíadas de 2004 a 2008, as brasileiras conquistaram a medalha de prata. Mesmo assim, a modalidade permanece em segundo plano, com pouco apoio institucional e um cenário limitado de investimentos – diferentemente da categoria masculina, que movimenta mais de R$ 15 bilhões por ano, segundo pesquisa da Fundação Getulio Vargas.

Quando o futebol feminino começou a crescer no País, no começo desta década, a profissionalização dos torneios, a criação de um campeonato nacional e o maior incentivo financeiro para a prática se tornaram necessários.

No entanto, os anos passaram sem resultados expressivos na categoria e o clima de amadorismo ainda prevalece – mesmo sendo o futebol brasileiro capaz de gerar expoentes como a alagoana Marta, vencedora por cinco vezes consecutivas do prêmio de melhor jogadora da temporada no mundo, promovido pela FIFA.

A própria camisa 10 da Seleção reclamou da organização do futebol feminino, dizendo que a comparação do Brasil com as ligas esportivas de países como EUA e Suécia é “impossível”.

Algumas federações e a imprensa buscaram ajudar a categoria nos últimos anos, com ações como a Copa do Brasil feminina, o campeonato paulista e, no final do ano, o torneio internacional cidade de São Paulo, que ocorre pela quarta vez sob a organização da Rede Bandeirantes.

Para o jornalista esportivo Mauro Beting, outra questão a considerar é a falta de apoio familiar para as jogadoras. “A mulher ainda sofre muito preconceito no futebol”, diz.

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Além-mar

Em vários países europeus a situação não é diferente. Em Portugal a crise econômica dificultou o crescimento da categoria e a preparação da seleção para o mundial, em 2015, e para as Olimpíadas de 2016.

O técnico da seleção portuguesa, António Violante, afirma que o futebol feminino português sofre com as dificuldades econômicas do país. “A situação do futebol feminino vai melhorando, mas não está da maneira que gostaríamos que estivesse”, conclui.

[audio:http://portaldejornalismo-sp.espm.br/wp-content/uploads/2012/12/Entrevista-Tecnico-de-Portugal-Completa.mp3|titles=António Violante fala da seleção portuguesa]

Gustavo Camargo Tomazeli (4° semestre)

 “A seleção brasileira feminina nunca teve salário”, critica goleira

A jogadora Cristiane, o técnico Márcio Oliveira e a goleira Andréia. (Foto: Talitha Adde)

 

Mesmo com a vitória da Seleção brasileira feminina sobre Portugal por 4 a 0, na quarta edição do Torneio Internacional de São Paulo, o clima na coletiva de imprensa apos o jogo foi de insatisfação. O time nacional, que anda incomodado pelas críticas feitas à eliminação nas quartas de finais das Olimpíadas de Londres deste ano, criticou novamente a falta de incentivo da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

A goleira Andréia Suntanque reclamou após a partida sobre o modo com que o futebol brasileiro é visto no país. Afirmou não ter recebido salário pelo clube que joga, Juventus Mooca, em 2012, questionou as cobranças feitas após o fracasso em Londres e atribuiu a irregularidade dentro do campo à forma de administração do futebol feminino pela CBF. De acordo com a número um, a entidade patrocina as jogadoras convocadas com uma ajuda de custo diária de R$ 150.

“Seleção brasileira nunca teve salário. Temos jogadoras que precisam deixar o país para ajudar as suas famílias. Agora nós vamos para as Olimpíadas e falam que a gente chega e não ganha. Nós já não temos salário, não conseguimos dar uma casa aos nossos familiares e nem comprar um carro, e as pessoas ainda têm coragem de nos criticar”, desabafou.

A jogadora da seleção conseguiu um patrocínio individual da Faculdade Drummond para garantir seus estudos e sustento esse ano. Mauro Beting, radialista da Rádio Bandeirantes, afirma que o apoio é negado ao futebol feminino desde o começo.

Perspectivas

A maior expectativa entre as jogadoras da Seleção brasileira feminina é que, com a posse do técnico Márcio Oliveira neste ano e trocas na comissão, um planejamento eficaz possa ser feito para que o time saia vitorioso nas Olímpiadas de 2016.

Talitha Adde (2° semestre)

1 Comment

Muhammad 19 de fevereiro de 2013 - 23:04

Poxa foi muito show, penso que o mais importante foi a hamnoria do pessoal. A cada Campeonato vejo o desenvolvimento desse trabalho maravilhoso, mais e mais jovens e e9 isso aed.Nossa misse3o: Dominar o Mundo! (Salvae7e3o).E vamos em frente

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