Abraji comemora 10 anos com seminário em São Paulo

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A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) completou uma década de atividades no último dia 10 de dezembro com um seminário internacional, que reuniu especialistas, estudantes e pesquisadores de comunicação na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Além de reforçar a importância da associação, o encontro serviu para discutir aspectos como a prática da investigação na reportagem e a segurança – o Brasil é, hoje, o país mais perigoso do mundo para jornalistas.

A Abraji é uma associação que tem o objetivo de unir jornalistas em torno de princípios que defendem a profissão e trabalha para que a segurança dos profissionais  seja garantida. O atual presidente da Abraji, Marcelo Moreira, fez questão de ressaltar que a associação surgiu logo após o assassinato do jornalista Tim Lopes, em junho de 2002. “Ele [Lopes] estaria orgulhoso de nós”, disse o professor da Universidade do Texas Rosental Calmon Alves.

A pergunta “O que é Jornalismo investigativo?” foi feita a diversos jornalistas e colaboradores da Abraji; as respostas foram apresentadas pelo gerente-executivo da associação, Guilherme Alpendre.

Ao final foi traçado um panorama ressaltando o que o jornalismo investigativo deve conter. Os elementos mais citados foram o caráter de interesse público, a iniciativa do repórter/editor, a originalidade no assunto, a descoberta de novas informações, a  repercussão social do tema e a necessidade de profundidade nas investigações – envolvendo, para isso, fontes primárias, múltiplos pontos de vista, contextualização, equilíbrio e transparência.

1000 em um

A segunda parte do evento foi dedicada aos alunos participantes do “Projeto 1000 em 1”. Foi uma reunião de confraternização entre alunos e organizadores a fim de que as dúvidas iniciais fossem esclarecidas e que as boas-vindas fossem dadas aos futuros jornalistas.

O projeto tem o objetivo de realizar 1000 entrevistas, em vídeos de 10 minutos, com jornalistas premiados, a fim de tomar conhecimento de como foi o processo de produção de suas matérias. “Eu tenho arquivos de todas as minhas reportagens. É fundamental que esse material seja produzido e ‘rode’ entre os jornalistas para que todos saibam quais foram as dificuldades enfrentadas ao produzi-lo”, enfatizou Angelina Nunes, atual diretora da Abraji, que trabalho no jornal “O Globo” e é uma das idealizadoras do projeto.

Giovanna Mazzeo (2º semestre)