Estudantes mudam para repúblicas e criam novos hábitos

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As listas de tarefas ficam pregadas em geladeiras das repúblicas da Vila Mariana. Foto: Amanda Caroline

A Vila Mariana é um bairro que concentra algumas faculdades em suas imediações. Entre elas estão o Centro Universitário Belas Artes, a ESPM, a Fapcom (Faculdade Paulus de Tecnologia da Informação), a FMU e a Unifesp. Por isso, o bairro é repleto de pensões e repúblicas estudantis, ou simplesmente quartos para serem alugados pelos estudantes em casas de famílias da região.

O aluguel nesse distrito não é dos mais baratos. Ao contrário, é um dos mais caros da capital paulista, variando entre R$ 900 e R$ 2 mil. Rosa Caricati, que há um ano e meio administra uma pensão estudantil para meninas, afirma que o aluguel na região é caro. Ela também diz que os demais gastos para se montar um apartamento entre estudantes que pretendem formar uma república é grande.

Rosa acrescenta que uma das vantagens de se viver numa pensão é a possibilidade de sair quando quiser, já que as imobiliárias da região estimam o aluguel em trinta messes. “A regra vem de uma formalidade, de um contrato, tem maior peso”, diz a administradora da pensão, apontando outra vantagem. Segundo ela, quando os estudantes da mesma faixa etária vivem juntos é difícil manter a ordem, pois um não tem autoridade sobre o outro para impor responsabilidades domésticas.

Além disso, Rosa preza pela privacidade e o respeito entre as meninas, e assim proíbe visita de amigas, e principalmente, de rapazes amigos das pensionistas. Ela permite apenas a visita de familiares.

“A convivência é difícil. O certo seria uma respeitar o espaço da outra”, diz Fabiana Lopes, pensionista de Rosa sobre as demais companheiras que estudam à noite e, por isso, atrapalham as meninas que estudam pela manhã.

Repúblicas

Os estudantes da Vila Mariana que vivem em repúblicas admitem que o mais difícil entre eles é a convivência. “É bom viver numa república, mas eu estou me acostumando”, diz Mariana Bruder, estudante de publicidade que divide um apartamento com mais quatro amigas. A república tem dois quartos e as moradoras têm uma lista de tarefas pregada na geladeira com o que cada uma deve fazer.

“Viver numa república é ótimo”, comenta o estudante Felippo Dermarchi. Para ele, é fundamental se dar bem com pessoas com quem se divide o apartamento. Ele e seus amigos convivem praticamente 24 horas por dia. Por outro lado, ele reconhece que as maiores dificuldades são os pequenos atritos. “Silêncio é luxo”, reconhece. Outras dificuldades são a falta de espaço próprio, a privacidade e a sujeira.

Gastos

Na pensão administrada por Rosa, os principais gastos são com a infraestrutura completa, os eletrodomésticos, IPTU, produtos de limpeza e a manutenção da casa. A comida é por conta de cada pensionista, mas ela disponibiliza cozinha completa e utensílios.

“O que todo mundo usa, compramos em conjunto”, conta Mariana a respeito de como ela e suas amigas dividem as despesas com comida. “Já as comidas que uma das meninas traz de casa, as outras não mexem. Se mexem, depois repõem”.

EasyQuarto

Uma maneira rápida de descobrir um quarto para alugar em pensões ou repúblicas é o site EasyQuarto. Para utilizar o site, os usuários fazem um cadastro e escolhem o bairro em que pretendem locar um quarto. Além disso, no cadastro deve conter informações pessoais de quem deseja o dormitório.

Nesse site, os preços dos dormitórios nas imediações de faculdades como o Centro Universitário Belas Artes, a ESPM e a Fapcom variam, em média, de R$ 540 para quartos coletivos a R$ 876 para quartos individuais.

A maior parte dos dormitórios do EasyQuarto é voltada para o aluguel por parte de estudantes das faculdades e cursinhos da Vila Mariana.

 

Naíla Almeida (2° semestre)