Engarrafamentos no bairro refletem caos de quase seis milhões de carros em SP

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Congestionamentos viraram rotina na Vila Mariana. Foto: Mariana Miranda

 

“O trânsito está cada vez pior. Usar carro durante o dia, principalmente em horário de pico, é um transtorno”, diz a estudante Luísa Manieri. De acordo com dados do Detran, existem 16.159.412 automóveis no Estado de São Paulo. Destes, 5.417.189 estão na capital. Na Vila Mariana, o fluxo de carros é muito grande, principalmente em horários de maior movimento.

Por ser um bairro com muitas faculdades e escolas, a Vila possui um trânsito intenso e muitas vezes caótico. “Há quarenta anos, quando vim morar aqui, carro era uma coisa cara e nem todo mundo tinha. As ruas eram mais calmas e sem grandes engarrafamentos”, conta Lúcia Maria Silva, de 80 anos. Os congestionamentos, sobretudo, nos dias úteis, é uma das maiores preocupações de alguns moradores da região.

“Se agora está assim, imagina quando os novos empreendimentos ficarem prontos!”, provoca a estudante Lorena Gonzalez. Ela afirma que vai ser praticamente impossível sair de casa em horário de pico. “Acaba sendo mais vantajoso andar de metrô, por causa da facilidade e da rapidez”, afirma.

Ruim para alguns, bom para outros

Muitas pessoas temem o futuro do trânsito na Vila. Uma delas é o motorista de táxi Ademar Carvalho, de 30 anos. O ponto onde ele trabalha fica nas imediações do Shopping Santa Cruz. “Ao contrário do que as pessoas pensam, esses engarrafamentos atrapalham a gente mais do que ajudam”, diz.

Carvalho observa que, por saberem que o trajeto está travado, alguns passageiros preferem esperar o horário de fluxo passar ou escolhem pegar transporte público para gastar menos. Para ele, corridas nessa situação também não compensam para o taxista. “O tempo que a gente perde no engarrafamento poderia estar fazendo mais corridas”, pondera.

A despeito do aumento do número de automóveis no bairro, além dos proprietários, muitos funcionários das lojas da região enxergam com bons olhos a ampliação do fluxo. Para eles, uma maior quantidade de carros significa mais clientes. “Acho ótimo que aumente o número de carros circulando na Vila. Isso significa mais pessoas dispostas a gastar e uma maior comissão para mim”, afirma a vendedora Márcia Santos, de 27 anos.

 

Mariana Miranda (1° semestre)