Marcas que tratam de temas atuais fixam na cabeça dos consumidores, diz especialista

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Nova camisa da seleção brasileira, que contraria estatuto da CBF. Rafael Ribeiro/CBF.

“Qual a primeira marca que vem à sua cabeça quando se fala em produtos e serviços?”. Essa foi a pergunta realizada pela Folha de S. Paulo na pesquisa Top of Mind, que acontece desde 1993 com os mais diversos consumidores. Sem especificar categorias como carro, refrigerante ou sabão em pó, o resultado obtido deu destaque a algumas marcas, como Omo, Coca-Cola, Nike, Samsung e Nestlé.

“Uma marca tem maior capilaridade na sociedade quando trata de temas atuais, produtos que são valiosos na cultura contemporânea e o quanto ela tem significados harmônicos com a cultura das pessoas que são alvo da sua ação”, diz Arnaldo Mendes Junior, professor de Marketing da ESPM-SP. Mendes ainda diz que marcas que são apresentadas dessa forma fazem com que ocorra identificação, e as pessoas acabem-na incorporando ao seu vocabulário e como tema de assunto dentro do seu ciclo de amizades. “Isso permite que a marca amplie o esforço de comunicação, contando com um boca-a-boca pelos próprios usuários da marca, que veem que ela faz parte da construção de sua rotina”, completa.

Para a estudante Gabriela Beraldo, 18, as preferências perante a marca se contrapõem a economizar. “Sei que tem algumas marcas que são melhores, mas que acabam sendo mais caras. É necessário que se tenha um equilíbrio na hora das compras”, diz. E completa: “Se eu quero usar um amaciante bom para as minhas roupas, eu economizo no sabão em pó, por exemplo. E para chamar a minha atenção, não adianta a marca prometer um monte de coisa, mas sim ser realmente eficiente, e isso serve desde o suco até meu laptop”.

É a mesma opinião que o estudante Daniel Barros, 18, tem. “As marcas que eu uso em minha rotina são escolhidas pela qualidade e pelo preço. Algumas afetam mais, como comidas e bebidas. Outras já exercem um papel mais secundário para mim, como o sabão em pó”, diz.

Já para Rafael Esteves, 20, o que influencia é a vontade de utilizar uma determinada marca. “Há coisas, como tomar uma Coca Cola ou comer um lanche no McDonalds, que só é possível devido a essas marcas”, diz. Para ele, a curiosidade e determinadas características atrativas do produto também é um fator que afeta a escolha. “Se vejo um carro potente, como nunca vi antes, por exemplo, tenho vontade de dirigir”, completa.

Para o professor da ESPM-SP, marcas de produtos de baixo envolvimento podem ser as mais citadas, onde o consumidor elege uma marca que acaba virando a referência para uma compra mais habitual. “A divulgação dela, e a presença dela nos pontos de venda faz com que ela se torne parte da vida familiar, e se referindo a ela como parte”, diz. E completa: “as opiniões do público acabam sendo um endosso para a qualidade da marca. O consumidor, como não tem compromisso com a marca a não ser a gratidão, acaba sendo tendo opinião muito confiável”, finaliza.

Além da Coca-Cola e Omo, outras marcas como Colgate, Pampers, Lux e Rexona também foram citadas na pesquisa. O jornal valoriza, no entanto, que as marcas que ficaram no topo da lista priorizam a inovação de seus produtos bem como a interação com os seus consumidores.

Bianca Giacomazzi (2º semestre)