Com Francisco I, moradores acreditam em papado mais liberal

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Substituto de Bento XVI, Fracisco I (foto) virá ao Brasil em julho. Foto: divulgação

 

A renúncia de Bento XVI, em 28 de fevereiro, pegou católicos e até adeptos de outras religiões de surpresa. Logo, foi eleito um novo pontífice para a Igreja. Em 13 de março, o argentino Jorge Mario Bergoglio tornou-se o Papa Francisco I e, assim que assumiu o cargo, conquistou a grande maioria dos católicos.

Segundo pesquisa do Datafolha, publicada no jornal Folha de S. Paulo, Francisco I representa uma esperança para o mundo católico. A maioria dos brasileiros quer que o novo pontífice seja mais liberal, principalmente nas questões de contracepção, que diz respeito à aceitação do uso de camisinha e de anticoncepcionais. O divórcio, que ainda não é aceito pela Igreja, também é uma reivindicação, mesmo que Bento XVI, em 2010, tenha declarado que o uso de camisinha para evitar HIV era “um mal menor”.

Comunidade

Na Vila Mariana não é diferente. Francisco I tem sido bem aceito pela comunidade e alguns moradores esperam um papado menos conservador que o anterior. “Sou católica e tenho muita esperança que o Papa mude algumas das tradições da própria Igreja, pois sou uma pessoa liberal”, declara Maria Nazaré da Silva, doméstica. Maria diz também que a Igreja precisa evoluir e se adaptar ao novo mundo. “Pois o que vivemos hoje é muito diferente de 2.000 anos atrás, quando tudo foi criado”.

Bianca Giacomazzi, de 17 anos, estudante de jornalismo, completa dizendo que a Igreja Católica é um ambiente muito conservador e reconhece que será difícil ocorrerem tais mudanças. “O Papa muda, mas a instituição não”, justifica. Ela se diz também uma pessoal liberal, a favor de mudanças como a aceitação do casamento gay.

“Ao contrário de Bento XVI, o Papa Francisco I pertence à ala de estudiosos da Igreja, os jesuítas. Quando chegaram aqui, eles tiveram que aceitar costumes como a nudez dos índios, por exemplo, o que foi uma alteração grande para a época”, explica Waldemar Carvalho. Com 53 anos, católico e funcionário público, ele acredita em uma mudança na relação Igreja e fiéis, mas também diz que alguns dogmas são inalteráveis. “A meu ver, essa liberdade desejada será lenta e gradual, mas virá, com certeza”, diz.

O Papa Francisco I virá ao Brasil em julho para a Jornada Mundial da Juventude, que será realizada no estado do Rio de Janeiro. Irá passar, também, pelo Santuário de Aparecida, no interior de São Paulo, e recebeu um convite da presidenta Dilma Rousseff para uma visita a Brasília, segundo informações do portal do G1.

Débora Brotto (1º semestre)