Cerimônia Vladimir Herzog entrega prêmios online

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Eduardo Fabrício (2º Semestre)

Aconteceu na última segunda-feira (25), a cerimônia de premiação do 43º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos. Apresentada pelo jornalista Juca Kfouri, a entrega dos troféus foi online, transmitida pelo canal do Prêmio no Youtube, das 20h às 21h30. Os vencedores foram publicados no último dia 16.

Treze instituições integram a Comissão Organizadora do prêmio: o Instituto Vladimir Herzog, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (ABRAJI), Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), Associação Brasileira de Imprensa (ABI), entre outras.

A edição de 2021 recebeu ao todo 700 inscrições, divididas entre as sete categorias: Artes (ilustrações, charges, cartuns, caricaturas e quadrinhos), Fotografia, Produção jornalística em texto, Produção jornalística em vídeo, Produção jornalística em áudio, Produção jornalística em multimídia e Livro-reportagem. Todas, exceto Livro-Reportagem, possuem vencedor e uma menção honrosa.

Além dos vencedores, também são homenageados, com o Prêmio Especial, “personalidades e profissionais com atuação destacada nas causas relevantes da Democracia, da Justiça Social e dos Direitos Humanos”, como descreve o site do Prêmio.

Arte

O chargista do Diário Catarinense Zé Dassilva foi o vencedor da categoria arte, com a charge “Motociatas”. “LGBTfobia está atrelada ao processo de colonização?”, quadrinho de Norberto Liberator, Marina Duarte Maidana e Aline Correia Antonini, publicado na Revista Badaró, é a menção honrosa.

Fotografia

Brenno Carvalho, com a foto “Grito do Subúrbio”, publicada em O Globo, e Tarso Sarraf, Renato Tavares, Cleo Soares e Daniel Nardin, com “Paradoxo amazônico: 66% dos piores municípios do Brasil estão na Amazônia”, publicada em O Liberal, receberam o troféu da categoria. A menção honrosa é da série fotográfica “Jacarezinho”, de Mauro Pimentel, publicada na Agence France-Presse.

Produção Jornalística em Áudio

O episódio “O prato do preso”, do podcast Prato Cheio, produção de O Joio e o Trigo venceu a categoria de produção em áudio. “Crianças refugiadas discutem no Radinho BdF o direito de migrar”, do Brasil de Fato é a menção honrosa da categoria.

Produção Jornalística em Multimídia 

Estado alterado”, reportagem sobre as políticas para drogas no mundo, produção da Folha de S. Paulo conquistou o prêmio na categoria multimídia. “Mercúrio, uma chaga na floresta”, investigação sobre as questões ambientais da Amazônia, produzida em conjunto pela InfoAmazonia, Fantástico e Armando.info, é a menção honrosa.

Produção Jornalística em Vídeo

Eles Matam Mulheres”, documentário sobre feminicídio da TV Cultura, venceu a categoria de produção em vídeo. A menção honrosa foi para o documentário “Parou por quê? A reforma agrária no governo Bolsonaro”, do Repórter Brasil/UOL.

Produção Jornalística em Texto

O texto vencedor foi “Café com pólvora”, de Sabrina Felipe, fala sobre conflitos entre funcionários da empresa Maratá e camponeses no Maranhão. Mauri König foi a menção honrosa com “Os filhos de Itaipu”, que aborda a zona de prostituição instalada próxima à obra da usina hidrelétrica de Itaipu. Ambas as produções foram publicadas em The Intercept Brasil.

Livro-reportagem

Eliane Brum venceu essa categoria com o livro “Brasil, construtor de ruínas – Um olhar sobre o país, de Lula a Bolsonaro”, em que analisa o país durante esses governos. A obra foi editada pelo Arquipélago Editorial do Rio Grande do Sul.

Prêmio Especial 

A jornalista Neusa Maria Pereira e o repórter fotográfico Alex Silveira receberam o Prêmio Especial. Abdias Nascimento e José Marques de Melo foram os homenageados in memoriam.

Segundo o site, Neusa ajudou a abrir as portas do jornalismo brasileiro às mulheres negras, justificando sua presença no prêmio. Já a indicação de Alex “é um reconhecimento por sua luta em defesa do exercício profissional e uma posição pelo fortalecimento da liberdade de imprensa.” Também comentam que o Prêmio representa “a celebração de uma decisão que responsabiliza o Estado pelos ferimentos causados por um agente seu a um jornalista que estava no local dos fatos exercendo uma atividade de interesse público e social.”

O Prêmio aponta que premiar Abdias é “lembrar que o jornalismo precisa ser mais plural e igualitário”. Também dizem que os “ensinamentos, criatividade, provocações, visão de mundo e defesa pela democracia e dos direitos humanos”, de Marques de Melo, “permanecerão para sempre no jornalismo brasileiro”.

A cerimônia pode ser assistida acessando o canal do Prêmio no Youtube: https://www.youtube.com/channel/UCx0eR7mqsX1mr3Z4fr2CQiA/featured