A falta de energia que afeta desde às 10h da segunda-feira (18) os bairros de Santa Cecília, Cerqueira César, Higienópolis e Vila Buarque, no centro São Paulo, teria afetado 35 mil pessoas. Mesmo com o retorno parcial do serviço, a razão pelo blackout ainda está sendo investigada pela empresa responsável pela distribuição de energia, a Enel Distribuição São Paulo.
Segundo comunicado oficial da Enel, o serviço de energia vem sendo restabelecido desde às 12h45 desta terça-feira (19) e já teria atendido 95% dos moradores dos bairros atingidos. Clientes prioritários, como o hospital Santa Casa, teriam recebido geradores disponibilizados pela empresa, enquanto os técnicos atuam para concluir os reparos na rede elétrica subterrânea.
No entanto, Joanna Barbosa, moradora do bairro da Bela Vista, diz que passou toda a segunda-feira sem energia em casa, tendo retornado apenas à noite, mas de forma parcial: “alguns cômodos continuam sem luz e tomadas sem funcionar. Já solicitei atendimento três vezes e ninguém apareceu. Já vai fazer 24h que estou em ‘meia-fase’”, lamenta.
Em nota, a Enel diz estar trabalhando em conjunto com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – Sabesp, para analisar as causas da interrupção de energia na região central da capital paulista. O estreitamento da parceria entre as empresas se deve aos recorrentes acidentes em obras na cidade, onde funcionários da Sabesp teriam cortado cabos de energia da Enel, como na falta de energia no aeroporto de Congonhas, na sexta (15), e na rua 25 de Março, no sábado (16).
Falhas na Enel em 2023
Desde 2020, a Enel recebe anualmente notificações do Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) sobre irregularidades no serviço de distribuição de energia. A instituição já registrou quase 5.800 reclamações fundamentadas, o que levou a empresa à terceira posição do ranking geral do Cadastro de Reclamações Fundamentadas de 2023. Em janeiro de 2024, a Enel já contava com 500 reclamações gerais.
O ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira, encaminhou hoje ofício ao presidente da Enel pedindo esclarecimento sobre o novo apagão e uma responsabilização pelos problemas apresentados na prestação de serviços. “É urgente a comprovação de que a empresa seja capaz de continuar atuando em suas concessões no Brasil”, diz o ministro, em comunicado oficial do MME.
