Trabalho informal é o único que cresceu na pandemia
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Larissa Crippa (2º semestre)
O instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou em julho deste ano que a taxa de desemprego ficou estável em 14,6%, mas o trabalho informal cresceu 40%. Porém, o crescimento não significa melhor remuneração ou condições de trabalho, a situação precária de trabalhadores, como vendedores ambulantes, prestadores de serviços não registrados e produtores autônomos sem patente, aumentou juntamente com a expansão.
De acordo com o setor de Trabalho e Rendimento do IBGE, o último levantamento de dados feito em 2017 indicou que o trabalhador não registrado ganha em média R$ 1.179, enquanto o com carteira assinada, recebe em torno de R$ 2.090. “O trabalho sem carteira assinada é ilegal e vai pegar ocupações mais precárias, menos qualificadas, por isso o rendimento é menor”, explica Cimar Azevedo, coordenador da área no IBGE.
Considerando o custo de vida no Brasil atualmente, uma pesquisa feita pelo portal Dieese estima que o salário-mínimo deveria ser de R$ 5.421,84, para que uma pessoa garanta qualidade mínima de vida para si, contanto com tudo que tem direito pela constituição, como moradia, alimentação, higiene, transporte e lazer. E se um indivíduo sem dependentes já não consegue o mínimo para si, o IBGE afirma que mais de 50 milhões de famílias vivem na linha da pobreza.
Em abril desse ano, o ministro Paulo Guedes afirmou que o governo lançaria um programa de Bônus de Inclusão Produtiva (BIP) para atender os trabalhadores informais afetados pela pandemia de Covid-19. O objetivo seria ajudar os 40 milhões de brasileiros fora do mercado oficial, como vendedores ambulantes e pessoas que foram atendidas pelo auxílio emergencial do governo federal. Mas, por enquanto, já em novembro, novidades relevantes sobre a situação do projeto não foram divulgadas.