Templo Tzong Kwan divulga Budismo na região da Vila Mariana

Sino de ferro e teto de madeira harmonizam ambiente do salão de meditação. Foto: Pedro Amaral

Localizado na Vila Mariana, o Tzong Kwan é um templo budista fundado em 1993. O local foi inaugurado pelo mestre taiwânes Pu Hsien com o intuito de difundir e espalhar o Budismo Mahayana. Além disso, o templo oferece aulas de hapkido, tai-chi-chuan e kung-fu.

A monja Chao-Chan nasceu na Argentina e atualmente é uma das principais responsáveis pelo templo. Nesta entrevista, ela fala de sua trajetória pessoal e do propósito do espaço.

Portal de Jornalismo ESPM – Como você se envolveu com o Budismo?

Monja Chao-Chan – Há vários anos, eu comecei a me interessar pela cultura do Oriente e a investigar as religiões orientais, como o Hinduísmo e Budismo. Terminei ficando com este último porque houve mais afinidade. Há vinte anos conheci um monje budista que veio do Taiwan e terminei me vinculando ao Budismo Chinês. Fui morar em um templo no Taiwan e depois virei monja. Continuo até agora.

PJ ESPM – Como você se envolveu com o templo Tzong Kwan?

Monja – O monje que eu conheci na Argentina foi o mestre Psiu Hsien, que fundou os templos lá e no Brasil. O templo argentino foi criado em 1989 e o brasileiro, em 1993. Eu tenho frequentado os dois templos, mas há cinco anos estou aqui, pois o templo da Argentina está sendo dirigido por outro monge. Eu também já voltei ao templo do Taiwan, mas não fiquei muito tempo lá.

PJ ESPM – Com que objetivo o templo foi fundado?

Monja – O templo foi fundado principalmente pela comunidade taiwanesa com o objetivo de praticar e divulgar o Budismo. Nós tentamos divulgá-lo em português e em inglês. Temos também uma revista bimestral em português e cerimonias bilingues, com leituras em português e chinês. Então, quem quer achar material encontra aqui.

PJ ESPM – Qual é a corrente do Budismo seguida por essa unidade do templo que fica na Vila Mariana?

Monja – Aqui nós praticamos a corrente Mahayana.

PJ ESPM – Como o Budismo Mahayana diferencia-se de outras correntes?

Monja – O Budismo, ao longo dos séculos, foi dividido em duas grandes correntes. A primeira é Mahayana, que significa “o grande veículo”, e que passou pela Índia, Japão, China e Coreia. Outra grande corrente é o Theravada, mais difundido no Sri Lanka, Vietnã e Taiwan. Também temos o Budismo Tibetano, que é mais ritualístico e esotérico. O Mahayana tem o objetivo de atingir a mente Bodhi, que é altruísta e generosa e trabalha pela própria iluminação do praticante e pela dos outros. Já o Theravada e mais individualista, com foco na iluminação pessoal. Muitos monges que seguem a corrente Theravada vivem em isolamento.

PJ ESPM – Quais são as atividades que o templo oferece para a comunidade?

Monja – O templo está aberto todos os dias da semana para visitação. Quem sabe meditar pode usar as salas de meditação durante este horário. Aos sábados, temos aula de meditação para iniciantes e pessoas com experiência, além de aulas teóricas como leituras e comentários de textos e sutras. Aos domingos pela manhã, temos cerimonias em conjunto para o público, como leituras e orações.

PJ ESPM – Como é a relação do templo com quem vive na Vila Mariana? Há muitos moradores que frequentam o local?

Monja – Vem vindo muita gente visitar. Muitos moradores do bairro passam no templo por curiosidade ou para fazer trabalhos de faculdade. Apesar disso, a maioria dos frequentadores vem de fora.

PJ ESPM – Você tem algo a acrescentar?

Monja – Nós estamos abertos e acessíveis para quem estiver interessado. Qualquer um que quiser se aproximar não deve se impedir.

 Pedro Amaral (4º semestre)