Das avenidas de São Paulo, a Avenida Paulista é a mais famosa, conhecida, citada, frequentada e antiga, com 130 anos de existência. É a mais paulistana das vias. Seus pouco menos de três quilômetros de extensão plana em uma das áreas mais altas da cidade abrigam calçadas largas, seis faixas para carros mais duas centrais para bicicletas que servem de solo para as jornadas de trabalho, estudo e lazer de milhares de pessoas todos os dias.
A Paulista abriga a sede da Presidência em São Paulo a espaços culturais (incluindo livrarias e cinemas), de faculdades a hospitais, de restaurantes da comunidade japonesa escondidos em galerias à uma igreja católica que celebra missas em inglês para estrangeiros
O equivalente paulistano de nobreza também esteve ali, claro, mais especificamente no número 1230, onde hoje é o Shopping Cidade São Paulo. A mansão da família Matarazzo sobreviveu na Paulista até 1996, quando o enorme imóvel foi demolido
Paulista foi a primeira via da cidade a receber asfalto, em 1909, e foi uma via residencial até meados da década de 1950
Os modernos “espigões” da Paulista foram resultado de mudanças da legislação de uso e ocupação do solo após a década de 1960. Os edifícios sedes de bancos e de grandes empresas nacionais e internacionais, às vezes com mais de 30 andares, deram a cara urbana e eclética que a Paulista tem hoje
Essa característica mutável da Paulista é miniatura da história de São Paulo: uma área rural usada como passagem de animais de carga, construída para estender os limites de uma região central que já dava sinais de esgotamento, transformada em símbolo do progresso do país no meio do século passado e enfim abraçada pela população que busca
A Paulista mudou de nome uma vez, nos anos 1920, para Avenida Carlos de Campos, antigo governante do estado.
Até meados da década de 1980 a Casa das Rosas era residência dos herdeiros de Ramos de Azevedo, o arquiteto que desenhou e construiu alguns dos mais belos prédios da cidade, como o Teatro Municipal, a Pinacoteca do Estado e o Mercado da Cantareira. O primeiro McDonald’s de São Paulo foi aberto na avenida paulista em 1981.
O Mirante 9 de Julho, onde fica a escadaria e um café, foi construído em 1938 acima do túnel da Avenida 9 de Julho e ficou fechado por mais de 70 anos. Em 2014, numa parceria público-privada, foi reaberto ao público na forma de um café e espaço de eventos. É uma das coisas da Paulista que não fica na Paulista, mas no entorno: exatamente atrás do vão livre do MASP
Aos domingos e feriados a avenida paulista fecha para transporte de automóveis das 10h até as 16h por decreto e ocorrem manifestações, exposições de rua e outros tipos de atração, na terça feira foi fechada para a manifestação do dia da mulher, outros eventos como a parada gay ou protestos políticos também ocorrem na avenida