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“Não se pode separar justiça de cobertura climática”

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O jornalista Kyle Pope fala durante evento organizado pelo professor Ricardo Gandour. Foto: Edson Capoano

Marcos Vinicius Gonçalves – 3º semestre

 

O jornalista estadunidense Kyle Pope esteve na ESPM-SP no dia 21 de maio para debater sobre cobertura climática. Ele foi editor-chefe e editor da Columbia Journalism Review, a mais prestigiada revista da área no mundo. Hoje, é diretor-executivo de iniciativas estratégicas do portal Covering Climate Now (CCNow). Pope explicou como o CCNow incentiva reportagens climáticas e dá suporte a jornalistas, através do contato de fontes especializadas e treinamento em literacia climática. “O portal opera como um veículo midiático, focado na cobertura das consequências das mudanças climáticas”, afirmou. 

A conversa, organizada e mediada pelo jornalista e professor Ricardo Gandour, contou com alunos de jornalismo e com uma bancada de jornalistas com experiência em cobertura ambiental. Também estavam presentes a coordenadora do curso de jornalismo, Maria Elisabete Antonioli, e o professor da eletiva “Jornalismo e Mudanças Climáticas”, Edson Capoano. 

Durante sua fala, o convidado ressaltou a importância da prática jornalística na disseminação das decisões político econômicas sobre as mudanças climáticas: “O jornalismo é uma ferramenta importante na conscientização a respeito da injustiça climática e na luta de grupos prejudicados pela manifestação de fenômenos climáticos extremos, que buscam recuperação de situações de vulnerabilidade”, reiterou Kyle.  

O jornalista também detalhou como agências midiáticas e ações políticas impactam a prática jornalística ambiental: “Com o avanço da globalização, questões climáticas se tornaram prioridade na apuração de profissionais e no interesse dos noticiários. Isso trouxe uma valorização de trabalhos dedicados em ilustrar o resultado das mudanças climáticas no cotidiano, protagonizando áreas de risco e os desafios encontrados pelos moradores dessas regiões”, detalhou o profissional. 

Segundo Pope, a imprensa precisa contar as histórias de pessoas que devem ter participação no debate sobre o tema. Por isso, a justiça climática seria uma das perspectivas mais importantes na cobertura ambiental, através da exposição das consequências dos eventos climáticos extremos: “Vemos que os efeitos climáticos são desproporcionais. Vimos isso nestas enchentes (no RS), vemos isso por toda a parte. Há uma tradição no jornalismo de abraçar o fato de que a injustiça é uma história que precisa de ser contada”, defendeu Kyle, já no encerramento do encontro.

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