Juana Ines de La Cruz foi uma importante poetisa da escola barroca do século XVII (17). Ela nasceu por volta de 1648, em San Miguel Nepantla, no México e sua história inspirou diversos filmes, peças de teatro e pesquisas. Durante sua infância, Juana visitava a biblioteca de seu avô e recebeu aulas particulares do Bacharel Martín de Oliva. Por isso, sempre teve contato com o conhecimento didático, algo que na época era uma atividade apenas para homens.
Quando mais velha, Juana já havia saído da casa de sua mãe para viver com seus tios. Logo depois, foi enviada à corte, onde teve contato com a realeza, o alto clero e muitos estudiosos. Todos eles influenciaram os rumos que a sua vida tomaria. Dentro do Clero estava o Padre Jesuíta Antonio Nuñez Miranda, uma figura muito influente no país e na Corte, e quem negociou o dote da jovem para ela ingressar em um convento. Há registros que mostram que Juana se tornou freira por não gostar da ideia de se casar.
Aos 20 anos, Juana Inés se tornou noviça e meses depois se mudou para o convento San Jerónimo. Nele, as freiras possuíam certa liberdade, já que o convento não praticava total reclusão religiosa. Isso permitiu que Sor Juana possuísse uma biblioteca particular de pelo menos 1500 livros.
Os anos de 1860 até 1868 foram os de maiores registros do trabalho da poetisa. Foi nesse período que ela produziu uma de suas obras mais conhecidas: El divino Narciso. Além disso, ela escreveu poesias contraditórias e exageradas no padrão barroco, e fez duas comédias. Quanto a sua vida pessoal, nesses anos Juana se tornou muito próxima da vice-rainha Maria Luisa, a Condessa de Paredes, a quem a freira dedicou inúmeros poemas românticos. Foi também a condessa que a ajudou a publicar, em Madrid, o primeiro e o segundo volume de suas obras de poesia, Inundación Castalida. Por conta deles, Juana entrou para a história sendo a primeira mulher hispânica a ter um livro de sua própria autoria publicado. Suas obras possuíam uma advertência antes dos escritos, a qual alegava que a relação da autora com a condessa de Paredes era amistosa e nada romântica. Tal advertência, junto com os poemas geram especulações até hoje sobre a vida pessoal e a sexualidade da poetisa. Hoje, muitos chamam Sor Juana de feminista, misteriosa e até mesmo neurótica. Juana Inês de La Cruz certamente deixou uma certeza em seu legado, sua paixão pela poesia, que abriu caminho para todas as outras escritoras latino hispânicas que vieram depois dela.