Ebrahim Raisi, presidente do Irã, morreu em acidente aéreo ocorrido no último domingo (19), no nordeste do país. A queda do helicóptero foi consequência de condições climáticas adversas, como chuva e neblina, enquanto sobrevoava uma região montanhosa. A informação foi confirmada na madrugada da última segunda-feira (20) pelo governo iraniano.
Raisi assumiu o cargo em 2021, após vencer eleição com recordes de oposição e abstenção. Antes de assumir o cargo, o político foi membro do sistema judiciário iraniano e procurador-geral do país, além de ser um forte aliado do aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã desde 1989. Na década de 1980, Ebrahim Raisi foi membro das “comissões da morte”, responsáveis pela execução de cerca de cinco mil opositores ao regime dos aiatolás.
O mandato do presidente foi marcado por diversas manifestações, que foram respondidas com repressão violenta do governo. As tensões no Oriente Médio, oriundas da guerra entre Israel e Hamas, também se intensificaram durante o governo de Raisi, que deixou claro o seu apoio ao grupo terrorista palestino. Em 2024, o presidente apoiou a decisão de um primeiro ataque direto do Irã contra Israel.
Irã ataca Israel em abril
No dia 1º de abril, aproximadamente 300 mísseis e drones foram lançados pelo Irã ao território israelense. O ataque foi uma resposta ao bombardeio sofrido pela embaixada iraniana em Damasco, na Síria.
O professor do curso de Relações Internacionais da ESPM-SP, Manoel Guedes, explica o conflito atual entre Irã e Israel, dizendo que esses países se consideram adversários regionais. “O país persa não reconhece a existência de Israel e utiliza a causa palestina como subterfúgio para os ataques contra o país. Por sua vez, Israel promove meios para tentar desmantelar usinas (nucleares) existentes no Irã de modo a se antecipar ao potencial desenvolvimento de armas nucleares pelo país rival”, afirma Guedes.
“O Irã até então se utilizava da estratégia de ‘guerra por procuração’, que consiste em patrocinar e armar grupos extremistas – a exemplo do Hamas na Palestina, do Hezbollah no Líbano e dos Houthis no Iêmen – para a realização de ataques contra Israel”, completa o professor.
E o Brasil?
Com o aumento das tensões no Oriente Médio, o Brasil pode sofrer consequências tanto em sua economia, quanto no cenário político.
Diante dos impactos ao cenário econômico, o economista Luis Berti destrinchou o possível futuro para o Brasil: “A taxa de juros americana gera uma atratividade de capital para o mercado financeiro, porque as pessoas vão buscar a segurança e a solidez dos títulos da dívida americana e, com isso, diminui o fluxo financeiro de países emergentes como o Brasil. Com a redução da quantidade de Dólar no Brasil, o Real se desvaloriza e isso gera um impacto de muito custo dos produtos importados e também para possíveis investimentos”.
Reação nas redes
Embora o cenário da guerra seja extremamente preocupante para o mundo, grande parte das pessoas levam a situação com bom humor e se divertem com teorias da conspiração. Em redes sociais como o X (antigo Twitter), internautas repercutiram posts e comentaram sobre qual seria o verdadeiro motivo do conflito e da morte do presidente iraniano (figura acima).