Certa vez disse: “Nesta minha experiência, houve uma maravilha contínua: o timing de precisão que funciona através de tudo… por alguma graça especial do destino me foi depositado — como todos os bons fotógrafos gostam de estar — no lugar certo e na hora certa”. A fotógrafa Margaret Bourke-White nasceu em junho de 1904 em Nova York. Sobre sua vida pessoal se sabe muito pouco, porém compensa essa carência com documentos fotográficos que somam na história da humanidade. Graças à sua coragem e olhar apurado, registrou com precisão o exato momento em que a notícia acontecia. White foi a pioneira em muitos cenários e contextos que mulheres antes não eram permitidas.
Em 1927, se formou na universidade de Michigan, inaugurou seu estúdio e se dedicou à fotografia comercial. Seus trabalhos eram focados na indústria, recebendo maior visibilidade após grande cliente: Otis Steel Company, ganhando notoriedade nacional. Com seu talento único, de 1930 a 1960, trabalhou ao lado das revistas Life e Fortune. Na primeira, assinou a capa que ilustrou a matéria sobe Fort Peck Dam. Em 15 de fevereiro de 1937, publicou seu trabalho mais memorável: em frente à um outdoor ilustrando uma família branca sorridente em viajando de férias, capturou com sua câmera um fila de homens e mulheres negros refugiados das enchentes em Lousville. Como freelancer, fotografou a Dust Bowl, tempestade de areia nos estados unidos. No cenário impresso americano como uma publicação diferenciada, sua linha editorial usava a fotografia como forma de contar histórias, e não apenas como ilustração de textos: as fotos falavam por si.
Também foi a primeira mulher a ser permitida em áreas de conflito bélico, presenciando e divulgando os horrores da guerra. Além de documentar o crescimento acelerado da indústria alemã. Na União Soviética, assim que os alemães quebraram o pacto de não agressão, como estava em Moscou, foi capaz de registrar alguns momentos decisivos. Já na Segunda Guerra Mundial, viajou com o General George S. Patton para campo de concentração. Sobre esse episódio, foi atribuída a ela a seguinte frase: “Usar a câmera era quase um alívio. Ela formava uma tênue barreira entre mim e o horror a minha frente”. Outros momentos históricos que vivenciou foram a partição da Índia e Paquistão, na qual fez a icônica foto de Gandhi, momentos antes dele ser assassinado. Em 1949: foi à África do Sul, documentando o apartheid e já no final de sua carreira, em 1952, fotografou a guerra na Coreia
Durante suas viagens pelo mundo, fez imagens da vida das mulheres que conheceu, em atividades intensas no campo e na indústria. No final sua vida, após diversas coberturas especiais, em 1956, foi diagnosticada com o Mal de Parkinson, vindo a falecer em 1971 os 67 anos, deixando um legado impressionante dos registros dos eventos mais impactantes do século XX.