“Jornalismo é gente, olho no olho”, diz jornalista esportivo Vitor Guedes
Compartilhar
“Jornalismo é gente, olho no olho”. Assim começou a entrevista coletiva do jornalista esportivo Vitor Guedes para os alunos do terceiro semestre de jornalismo da ESPM-SP, na última terça-feira (03). Em conversa descontraída, Guedes falou desde coisas mais pessoais, por exemplo seu fanatismo pelo Corinthians – e como não esconde isso de ninguém, até sua carreira. Atualmente, trabalha como comentarista do PodcasTimão, debatedor do Seleção SporTV, blogueiro do portal Terceiro Tempo e tem uma coluna chamada “Caneladas do Vitão” no jornal Agora São Paulo.
Ao falar da profissão, Vitor diz que teve dúvidas entre esportes ou política, mas que a área impressa sempre foi sua certeza, já que naquela época ainda era possível optar por uma opção só. “Hoje eu falo para os meus alunos que vocês não têm mais essa opção, a democracia acabou. Vocês têm que ser jornalistas. Só que vocês já nasceram assim, vocês já são multimídia por geração”, diz. O jornalista afirma também que teve que se adaptar e virar multimídia. “Foi uma necessidade, ou a gente se adapta ao mercado ou o mercado se adapta com a gente mandando a gente para o desemprego”.
Ao falar sobre o jornalista declarar o time que torce, Vitor Guedes é categórico: respeita quem não declara, mas não respeita quem mente. “O jornalista vive de falar a verdade. Se eu começo a mentir no time que eu torço, porque o cara que vai me ler tem que acreditar em mim? ”, fala. Afirma ainda que, por trabalhar com futebol, seria impossível não torcer para um clube. Guedes conta que a pessoa que o lê ou o ouve comentando um jogo, certamente já o viu, pois hoje em dia os jogos são todos televisionados. Então, ela quer saber a sua opinião. “O problema do jornalismo, não só esportivo, é querer agradar o leitor. Você não pode querer agradar, você tem que falar o que você pensa”, diz o jornalista.
Em 2013, Vitor Guedes lançou por conta própria o livro Paixão Corinthiana, que conta um pouco da história do Corinthians e em sua maioria, passagens pessoais do autor relacionadas ao clube. Das 100 histórias publicadas no livro, em torno de 90 já haviam saído em sua coluna no jornal Agora São Paulo. As outras, fez para o livro. No meio das memórias, há até histórias de torcedores de outros clubes – sua mãe, são paulina, e sua avó, palmeirense. “Tem histórias verídicas ali e tem algumas totalmente ficcionais. Eu nunca declaro quais são as verídicas porque isso pode queimar o filme (risos) ”, declara.
O jornalista conta ainda que deu esse nome ao livro porque acredita que futebol tem a ver com família. “Tem essa questão emocional. Futebol é uma relação que a gente tem que perpetuar”, afirma Vitor, que confirmou seu pensamento em dezembro de 2008, ao colocar no seu filho o nome de Basílio (mesmo nome de um famoso jogador do Corinthians da década de 1970, que tirou o clube de um jejum de títulos que durava 22 anos).
Giovanna Lunardelli (3º semestre)