Jornalismo de educação está conseguindo usar bem os dados, diz presidente da Jeduca
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Enrico Sordili (2º semestre)
O jornalismo de educação é uma área da profissão voltada a temas que englobam a educação como pedagogia, os desafios da comunicação no dia a dia e outros pontos que aprofundam uma discussão sobre o tema na era da desinformação.
Segundo Fábio Takahashi, jornalista que cobre educação desde 2003 e presidente da Jeduca (uma associação de jornalistas de educação), a apuração e as matérias sobre o assunto melhoraram muito, se comparadas a outras produzidas há 30 anos. “A gente foi aprendendo a fazer, no começo era uma barbárie, a gente pegava qualquer dado ali e fazia a matéria, expunha escolas como sendo ‘a pior escola de São Paulo’, e quando íamos ver era uma escola super precária, que atendia uma população super vulnerável”.
Em 2005, quando Fernando Haddad assumiu o Ministério da Educação e Cultura, ocorreu o principal “boom” na cobertura jornalística do setor, sendo positivo para a população e jornalistas que tiveram uma compreensão melhor do que são as avaliações de educação. “A gente foi aprendendo a lidar com isso. Tudo bem, ainda, que você queira expor qual é a pior escola de São Paulo, mas acho que é difícil, agora, aparecer essa informação em uma matéria seca, que não mostre as deficiências da escola, acho que isso foi um avanço importantíssimo no jornalismo de educação”, diz Fábio.
Ele comenta a importância do jornalista para a cobertura da educação, visto que o tema é complexo e abrange grandes estudos e divulgações de avaliações, e a apuração jornalística ajuda na compreensão dos fatos. Fábio cita a Jeduca como um grande suporte aos jornalistas que cobrem a educação: “A gente faz webinários e publica guias sobre temas específicos. Se vai sair uma divulgação grande do Ideb ou Piza, a gente produz os guias e webinários para explicar o que está vindo, o que mudou, as deficiências de tal avaliação, e fazemos isso para as grandes ações da educação”.
O editor comenta ainda sobre as dificuldades da profissão, como menos repórteres para apurar os fatos e menos tempo para escrever as matérias, mas enfatiza a força do jornalista de educação: “o jornalismo de educação está se virando muito bem, conseguindo usar bem os dados, bom contexto, boas histórias, acaba aparecendo também uns podcasts, que a gente pode ver como um novo formato, é uma área que está crescendo”, conclui.