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Jogos e festas universitárias movimentam milhões de reais

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Quinta Funk, festa ocorrida no segundo semestre de 2024. Foto: Luiza Lorena/Blacktag

Luna Lima, Rafaella Caldas e Sophia Padovan (1º semestre)

Nas universidades privadas, o calendário de festas gira em torno das “Quatro de São Paulo”: “Festa do Branco”, “Lúcio”, “Sleepover” e “Bota Fora”. As três primeiras são organizadas pela ESPM-SP e a última pelo Mackenzie. Além disso, “Economiadas” e “Juca” também são populares por promoverem a competição esportiva entre faculdades. Cada um desses eventos pode faturar entre 1.5 milhões e 2.5 milhões de reais, segundo Vinicius Verzoni, sócio do Gruppo, principal produtora das festas que participa a ESPM-SP.

A empresa é uma produtora de eventos que atua principalmente com entidades acadêmicas de São Paulo. Ela é contratada para gerenciar a organização e logística das festas e jogos, sendo responsável por toda a parte técnica, enquanto as entidades cuidam da parte criativa e de divulgação. Segundo Verzoni, esses eventos passaram por aumento de público entre 2017 e 2019, com média de 15 mil frequentadores, segundo o sócio da Gruppo. A participação do público caiu após a pandemia (2019-2021), mas continuam tendo participação significativa de universitários.

Gustavo Carneiro, estudante do 2º semestre de Design na ESPM e Gestor de Eventos do Centro Acadêmico, explica que algumas das festas são mais caras, uma vez que contam com open bar de bebidas premium, um espaço maior e um line-up com artistas mais conhecidos: “Todo mundo quer se sentir exclusivo, quer se sentir selecionado, quer beber coisas boas. Ninguém quer pagar mais de R$150 numa festa para beber um corote, mas pagariam R$180 – 30 reais a mais – para beber Jack Daniels”, disse ele.

Segundo Gabriela Manfredini, Gestora de Eventos da Atlética da ESPM-SP e estudante do 3º semestre de Comunicação e Publicidade, “a gente [Atlética] só ganha dinheiro devido à parte social, das festas. Sem isso, sem esse lucro, a gente não gira (sic)”, explica. Além disso, a aluna destaca a profissionalidade das entidades, que possuem seu próprio CNPJ e atuam como empresas não lucrativas.

Segundo Manfredini, todas as entidades utilizam o lucro das festas como fonte de renda durante o ano. O valor arrecadado pelos jogos e festas é revertido em eventos promovidos pelas entidades, como manutenção dos equipamentos da Bateria, cuidados dos atletas da Atlética, The EXPM, Trote Solidário, Semana dos Cursos, entre outros. Nenhuma parte do valor arrecadado permanece com os membros das organizações ou com as instituições de ensino.

Economíadas

Gabriela Manfredini revelou que o custo para promover o Economíadas depende do tamanho dos gastos para os jogos. “Ano passado, a gente tinha o Oásis, que era nosso alojamento, 100% open bar, que ficava com a música ligada 24 horas por dia. Ano passado, a planilha estava em R$ 250 mil. Este ano, estamos numa planilha de mais ou menos R$ 100 mil. Mas isso é a nossa parte, ainda tem a cervejada de recepção, que é uma planilha à parte. A Tenda é outra planilha, também”, esclarece Gabriela.

Além de pagar pelos próprios custos, as Atléticas também são responsáveis por cobrir o déficit financeiro de outras universidades, quando necessário. Gabriela explica que cada instituição tem uma meta de venda e, caso um dos participantes dos Jogos não alcance sua meta, as faculdades que vendem mais têm que cobrir a meta das que não venderam.

Laura Rezende, do 3º semestre de Comunicação e Publicidade e Gestora de Marketing do Diretório Acadêmico Guerreiro Ramos, na ESPM-SP, contou que, muitas vezes, as marcas entram em contato com as entidades acadêmicas para poder participar dos projetos. “A gente tem uma produtora responsável pelos nossos eventos, então a gente idealiza as festas e eles nos ajudam a produzir”, afirma.

A falta de retorno financeiro não impacta a satisfação que os alunos sentem ao participar das entidades. “A gente não ganha nada, mas, para falar bem a verdade, eu acho que isso não chega a ser um problema, porque é tão satisfatório fazer parte disso […] sem contar que pesa muito no seu currículo”, afirma Giovanna Moreira.

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