Documentário resgata raízes da Tropicália
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Futuro do Pretérito: Tropicalismo Now!
Em 1967 e 1968, o Brasil vivenciou a ascensão de um movimento musical que mudaria os eixos da cultura brasileira. A Tropicália, como logo passou a ser denominada, consistia em uma mistura de sons capaz de promover diálogos entre o rock, a bossa nova, o samba, a rumba, o bolero e o baião.
Para ilustrar melhor a força e a importância desse período histórico, o diretor Ninho Moraes produziu um documentário a respeito do tropicalismo, Futuro do pretérito: Tropicalismo Now!, que contou com a participação dos atores Carlos Meceni, Gero Camila, Helena Albegaria e Alice Braga e cuja segunda exibição (a primeira foi no 22.º Cine Ceará) ocorreu dia 7 de junho, na Cinemateca Brasileira, no bairro da Vila Mariana, em São Paulo. A sessão contou com a presença dos diretores Ninho Moraes e Francisco César Filho, do músico e ator André Abujamra e de boa parte do elenco e da produção.
O movimento tropicalista carrega em si um caráter crítico e não somente músicas com novos estilos sonoros. “De uma forma ou de outra, é muito explícito que há uma provocação e uma rebeldia em cada uma dessas canções”, afirma o diretor do longa-metragem Ninho Moraes, completando sua afirmação dizendo que as pessoas de hoje são capazes, sim, de perceber essa característica das canções da época.
Na Tropicália ocorria a mixagem da forma e do conteúdo, pois, naquele período, havia uma música engajada muito forte, afirma o diretor e roteirista Ninho Moraes. O tropicalismo tinha também em sua essência o caráter crítico e de rebeldia com relação ao período ditatorial, focando, nesse sentido, somente na letra, sendo que Caetano Veloso e Gilberto Gil, citados por ele, foram personalidades representativas dessa estética musical.
Mesmo após seu “fim”, o tropicalismo acabou exercendo influência sobre bandas de rock surgidas anos depois, como Titãs, Legião Urbana e Paralamas do Sucesso. “Quando surgiram essas bandas, eu tinha entre 20 e 30 anos, e sei que elas tinham essa relação direta com o tropicalismo”, afirma o diretor.
Partindo da afirmação “O tropicalismo é o movimento hippie nacional” de Marcelo Ridente, um dos sociólogos entrevistados no longa, o diretor Ninho Moraes diz que o movimento incorpora aquele criado pelos hippies durante a década de 1960, mas também busca referências em outros tipos de contracultura que fervilhavam no Brasil e no exterior.
Veja abaixo o trailer, fotos de uma das cenas e do diretor Ninho Moraes e o cartaz do filme.
Diego de Almeida Pinheiro (1ºsemestre)